Conhecido pelas altas temperaturas, o verão tem data marcada para iniciar amanhã (21) às 18h48min, entardecendo somente às 19h25min, o que torna esse o dia com a maior incidência de luz do ano. Com a permanência do fenômeno La Niña sob o Estado até 2023, a estação deverá ter temperaturas dentro da média histórica acompanhadas de baixas e localizadas incidências de chuva. O verão 2022/23 se estende até o dia 20 de março às 5h29min.
Tempestades de verão
O verão é caracterizado pela elevação da temperatura em função da posição da Terra em relação ao Sol que está mais ao sul. Esse aspecto favorece a chuva forte, a queda de granizo, vento com intensidade de moderada a forte, além de descargas elétricas. Dando uma amostra desse cenário, a região do município de Alto Alegre, a 100 km de Passo Fundo, foi atingida por uma chuva de granizo no final da tarde de segunda-feira (19).
Em Alto Alegre, foram aproximadamente 30 minutos de chuva, vento e granizo que destelharam casas e estabelecimentos comerciais e de saúde, necessitando da distribuição de mais de 2 mil metros de lona para a comunidade. Em municípios como Soledade, atingido na última semana por um tornado, Barão de Cotegipe, Selbach e Colorado, foram registradas precipitações de gelo. Ainda, a região teve lavouras de soja e milho praticamente destruídas, que necessitarão de replantio.
Calor e umidade
Conforme explicou o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, o verão é marcado por mudanças rápidas nas condições do tempo, o que reflete no ocorrido na última segunda-feira. “Quando temos uma elevação muito grande de temperatura e a incidência de umidade, vai formando essas nuvens que trazem as chuvas localizadas, as pancadas típicas de verão”, esclareceu, acrescentando que isso acontece principalmente à tarde e no anoitecer devido ao aquecimento acumulado do dia, formando assim os temporais. “Não se trata de nenhuma frente fria. É completamente em função do calor”, pontuou.
Chuvas e temperaturas
Nesse sentido, o início do verão deve ter chuvas próximas ou abaixo da média, principalmente pela forte atuação do La Niña. Até o momento, dezembro registrou somente 28% da média de 162 mm de chuva, com 54 mm. A partir de janeiro, o fenômeno entra em fase de transição, chegando em outono em um período de neutralidade. “Em função dessa transição para neutro a perspectiva é que a chuva volte a ficar dentro da média, ocorrendo melhores condições hídricas para a região”, explicou Pasinato.
Em janeiro, Passo Fundo espera receber 174 mm de chuva, baixando para 147 mm em fevereiro e 137 mm em março. Acompanhado disso, as temperaturas médias para dezembro e janeiro ficam na faixa dos 28.4°C, reduzindo para 27,8ºC em fevereiro, com a tendência de permanecer dentro ou acima da média, acompanhado de ondas de calor mais curtas, quando comparadas ao último verão. “Este último verão tivemos uma onda de calor que durou cerca de 15 dias, bem longa. Para este ano, a tendência é ondas de calor mais curtas, durando entre 7 a 10 dias”, menciona o analista da Embrapa.
Previsão para dezembro
Quase se despedindo, o mês de dezembro não deve registrar chuvas significativas para Passo Fundo. A partir de amanhã (21), os prognósticos apontam apenas a ocorrência de pancadas de chuva devido a elevação das temperaturas, que devem chegar aos 32°C no domingo de Natal, com mínimas de 15°C.
Sem nenhuma frente fria até o sábado (24), no final do domingo (25) uma frente fria associada a um sistema de baixa pressão vindo da Argentina pode trazer chuvas entre segunda (6) e terça-feira (7). No entanto, as precipitações devem ser irregulares com pancadas fortes em função da temperatura que permanece alta.