Fevereiro encerrou ontem, e pelo sétimo mês seguido, o município de Passo Fundo registra chuvas abaixo das médias históricas. Segundo o analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Aldemir Pasinato, na estação meteorológica da Embrapa, foram registrados nos 28 dias de fevereiro, 85,8 milímetros de chuva. Ele explica que este é um volume muito baixo para esta época do ano, pois corresponde a apenas 58% da média histórica para o período.
Março
O mês de março começa hoje com uma boa notícia, pois deve haver registro de chuva e temperaturas amenas em Passo Fundo, pelo menos até o final de semana.
Pasinato explica que os modelos do Instituto Nacional de Meteorologia, INMET, mostram que especialmente nesta quarta-feira (1), e sexta-feira (3), deve haver registro de chuva com maior intensidade. As temperaturas podem variar com mínimas entre 15º e 17º graus, e máximas entre 27º e 28º graus. Essas condições serão geradas por frentes frias vindas das regiões da Argentina e do Paraguai, pelo menos até sábado (4).
Apesar de iniciar com chuva, a perspectiva é que março siga com níveis normais ou abaixo da média histórica na região. O analista da Embrapa explica que o fenômeno La Niña está em meio a um processo de encerramento e, com isso, as incidências de chuvas irregulares, comuns nos últimos períodos devem acabar.
Barragens da Corsan
A Corsan segue atenta para garantir a normalidade do abastecimento de água na cidade de Passo Fundo. Algumas pancadas fortes de chuva aconteceram nas últimas semanas, mas o grande volume em um curto período não foi suficiente para impactar positivamente o nível das barragens que abastecem a cidade.
“A barragem do Arroio Miranda recuperou apenas 10 centímetro e a da Fazenda não teve aumento no nível. Se mantiveram estáveis por alguns dias e já começaram a baixar”, explicou o superintendente regional da Corsan, Aldomir Santi, responsável pelo atendimento em Passo Fundo.
Ontem (28), a barragem da Fazenda da Brigada estava 3,06 metros abaixo do nível máximo, e a barragem do Arroio Miranda 1,02 metros negativos.
Santi explica que, com esse panorama, no momento seguem necessárias as medidas de transposições de água para as duas barragens para haver risco de desabastecimento à população. “As duas transposições, tanto do rio Jacuí para a da fazenda da Brigada, e do Lago da Pedreira para a do Arroio Miranda estão em operação”, finaliza ele.
Picos de calor em março
Segundo a projeção da MetSul Meteorologia em março a temperatura deve ficar acima da média em muitas áreas do Centro-Sul do Brasil, com os desvios positivos mais expressivos no Rio Grande do Sul. Os indicativos são de um março quente na parte mais meridional do território brasileiro, mas não nos níveis de janeiro e da primeira metade de fevereiro no território gaúcho. Uma onda de calor vai assolar a Argentina na primeira semana de março, inclusive, com chance de recordes históricos de máximas para o mês. Esse cenário terá reflexos no Rio Grande do Sul, em especial nas regiões Oeste e Sul do estado.
Segundo a MetSul, não se observa nenhuma incursão de ar frio nos primeiros dez dias de março. A primeira quinzena tende a ser predominantemente quente entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina com alívios temporários em algumas cidades por conta de pancadas de chuva e temporais localizados. Algumas tardes serão muito quentes para esta época do ano, especialmente no Oeste gaúcho, pela proximidade com o centro da bolha de calor que vai se instalar na Argentina.