Após despedir-se do outono com um ‘Veranico de Maio’ prolongado até sábado, os gaúchos já estão trajados para o frio. O inverno, que começa no próximo dia 21, apresentou suas credenciais no domingo e na segunda-feira. “Mas o dia mais frio do ano, até agora, será nesta terça-feira (13), quando teremos temperaturas mínimas de 2 a 3ºC e as máximas ficam entre 9 e 10ºC e o céu estará parcialmente nublado”, informou o analista do Laboratório de Meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato. Até agora, a temperatura mais baixa do ano foi registrada em 20 de abril, quando os equipamentos da unidade da Embrapa em Passo Fundo marcaram 4,9ºC. De quarta a sexta-feira, os termômetros devem registrar de 8 a 12ºC, “mas com a chuva a sensação térmica será mais baixa”, advertiu.
Chuvas
Na despedida do fenômeno La Niña, nos últimos dias a chuva deu o ar da graça para a umidade. “Foram 39,2mm, praticamente 25% da média do mês que é de 158mm”. Os níveis de precipitação previstos indicam uma recuperação adequada para contrapor o período de estiagem. A previsão é de que teremos chuva em Passo Fundo de quarta a sexta-feira. “O sistema de baixa pressão com a chegada da frente fria provocam aproximadamente 40mm de chuvas. O mês de junho já deve ficar dentro da média”, explicou Pasinato. Uma boa perspectiva, pois a região passou por um período de seca por 10 meses, desde julho de 2022. “Nesses 10 meses tivemos um déficit de 939mm, pois choveu 1.155mm e a média registrada para o período é de 2.094mm”.
Lavouras
“As chuvas do final de semana foram benéficas para as lavouras”, disse o analista da Embrapa. A justificativa está no intervalo entre os fenômenos, causados pelas variações de temperatura e pressão nos oceanos: La Niña que se foi e El Niño está batendo à porta. “Para as culturas de inverno na região, com em torno de 20 dias de semeadura, a chuva e temperaturas não tão altas é um quadro muito bom”. Entende que a chuva começa a recompor o déficit hídrico. “O que foi semeado no início de junho terá uma boa germinação”.
El Niño
A chegado do El Niño em julho é apontada com acima de 90% de possibilidade, de acordo com centros climáticos dos Estados Unidos. Assim, terá influência na safra 2023/2024. Os estudos, de acordo com Aldemir, indicam o fenômeno terá uma influência de forte (56%) a moderada (84%). “A temperatura dos oceanos estará 1,5ºC mais alta. Assim, teremos um segundo semestre com mais umidade e uma primavera com chuvas e temperaturas acima da média”. Umidade e temperatura que fortalecem as lavouras. É claro que junto surgem algumas consequências negativas. “A safra de inverno necessitará um maior controle de doenças e pragas”, alerta Pasinato. Já para a safra de verão, as análises da meteorologia apontam para um momento positivo, especialmente por contar desde o início com melhores condições hídricas.