Massa polar vinda do Uruguai traz chuva e frio à região

Mas já no sábado as temperaturas aumentam novamente em Passo Fundo

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Quarta-feira com previsão de chuvas -  Foto – LC Schneider-ONQuarta-feira com previsão de chuvas -  Foto – LC Schneider-ON
Quarta-feira com previsão de chuvas - Foto – LC Schneider-ON
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Na dança do tempo, além da climatologia bem definida, trocamos de pares de acordo com o ritmo dos oceanos e seus fenômenos. Lá se vai La Niña com a estiagem, que deixou marcas nas lavouras e nos reservatórios. E já está chegando El Niño, com a promessa de recuperar os recursos hídricos. A partir desta quarta-feira (28) a meteorologia prevê algumas mudanças nas condições do tempo para Passo Fundo e região. “Uma nova frente fria está subindo do Uruguai. Trará pouca chuva e uma queda na temperatura”, antecipa o analista do Laboratório de Meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato. A oscilação nos termômetros será mais acentuada a partir de quinta-feira. “A massa de ar polar provocará temperaturas mínimas de 7ºC ou 8ºC na quinta e sexta-feira”. Assim, depois de duas semanas com termômetros em alta, o inverno reassume temporariamente o controle.

Esfria, depois esquenta

Depois da esfriada na quinta e sexta-feira, o sol volta e a temperatura sobe novamente. Para o final de semana, diante das informações disponíveis na unidade da Embrapa em Passo Fundo, Pasinato detecta “instabilidades em áreas isoladas na região Norte do Rio Grande do Sul na sexta-feira”. No sábado e no domingo a previsão é de tempo seco. “A temperatura entra em elevação gradativa, quando as mínimas devem ficar na faixa de 12ºC e as máximas em 22ºC, retornando ao patamar da segunda quinzena de junho”. Nesta sanfona térmica, julho começa um pouco mais quente, “mas logo chega uma massa de ar polar, do dia 05 ao dia 10, diminuindo as temperaturas”. A segunda quinzena de julho terá dias mais característicos de inverno.

El Niño está chegando

Quem bate não é o frio. Desta vez o visitante chega para elevar temperaturas e molhar os campos. Fenômeno meteorológico, El Niño pode ser um vilão ou até um herói para as lavouras. Este ano chega com a missão de recuperar os recursos hídricos, mas pode propiciar prejuízos pelo excesso de umidade. “Está em formação no Oceano Pacífico equatorial e no segundo semestre já vai atuar no Sul do Brasil”. Desembarca em julho, mas será marcante a partir de agosto, explica o analista da Embrapa. “Traz mais chuvas e, consequentemente, teremos um inverno mais úmido na região. O aquecimento das águas no oceano também terá reflexos na nossa temperatura, elevando as médias e fazendo com que o inverno não seja tão rigoroso”.

Pico na primavera

El Ninõ será mais evidente ainda na primavera, com reflexos imediatos nas plantações. “Para os cereais de inverno representa maior risco de doenças de espiga, além de doenças fúngicas que podem representar algumas dificuldades para o controle. Assim, há o risco de uma queda na produção em relação a 2022”, explica Aldemir. Porém, o lado bonzinho do visitante vindo do Pacífico é a recuperação hídrica dos solos, com expectativa de uma paisagem mais verde na região. “As culturas terão melhor desenvolvimento em solo com mais disponibilidade hídrica”. Também oferecerá melhores condições para as culturas de verão que, desde o plantio, encontrarão as condições mais adequadas.

 

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