Chuva volta a causar alagamentos e transtornos em Passo Fundo

Defesa Civil Municipal recebeu dezenas de chamados devido aos estragos causados pelo grande volume de água  

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Do alto é possível ver os diversos pontos de alagamento no bairro Entre RiosDo alto é possível ver os diversos pontos de alagamento no bairro Entre Rios
Do alto é possível ver os diversos pontos de alagamento no bairro Entre Rios
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O grande volume de chuva que caiu na madrugada de quinta-feira (16), fez com que novamente arroios e riachos transbordassem, com a água invadindo residências e causando perdas para os moradores de Passo Fundo.

 

A aposentada Valacir Fatima Boeno, moradora da Rua Carlos Maraschini no Loteamento Nova Estação, próximo à Rua Parobé, no Bairro Entre Rios, conta que precisou deixar sua casa, pois a água havia invadido todos os cômodos. “Fazia 30 anos que não acontecia isso aqui, só que estamos com o rio lotado de árvores, lixo e a prefeitura não vem abrir, por isso está acontecendo isso. A minha casa é a terceira vez que enche de água, a água já está saindo pela janela e de todos os vizinhos. Pedimos que a prefeitura venha e abra com a draga e limpe o rio, dessa forma, a gente espera que não aconteça mais isso”, lamenta.

 

Outros moradores da mesma rua, Julia Luiza Teixeira e Denilson Nogueira, também relatam o desespero ao ver a água tomando a residência. “Depois do mês de setembro tem acontecido isso, mas nunca subiu tão rápido assim. Estamos tirando carne, roupa, documentos, colocamos tudo em cima para tentar não perder, infelizmente é o que está ocorrendo agora”, destaca Julia.

 

Voume de chuva em poucas horas

Segundo a Defesa Civil de Passo Fundo, choveu cerca de 140 milímetros em poucas horas. “Estamos atendendo as ocorrências por gravidade, equipes da Defesa Civil e trabalhadores de várias secretarias estão mobilizados fazendo atendimentos e entregando material”, relata o coordenador da Defesa Civil Municipal, Fernando Carlos Bicca.

 

Talude corre risco de desmoronamento

 

A Defesa Civil está com equipe atuando também em um talude localizado na área de domínio da ferrovia administrada pela Empresa Rumo, onde há risco de deslizamento, podendo atingir casas próximas. “Terça-feira pela manhã notificamos a Rumo para que adote providências no sentido de eliminar o risco em um prazo de cinco dias, em razão da urgência da medida e também, que faça a apresentação de análise dos riscos da manutenção do transporte de cargas no trecho que apresenta comprometimento. Ali é uma operação bem complexa, o solo está muito encharcado, mas as equipes estão trabalhando para que não se deteriore mais a situação”, pontuou Bicca.

 

O monitoramento iniciou na quinta-feira (9) e na segunda-feira foi emitido um laudo de engenharia recomendando a interdição de quatro casas que apresentam risco de serem atingidas por eventual deslizamento de terras.

 

Os moradores das casas em situação de risco foram notificados a saírem de suas casas imediatamente. As secretarias de Habitação e Assistência Social e Cidadania ofereceram alojamento para as famílias. “Bem no final da Rua Epitácio Pessoa, na Entre Rios, em cima do barranco do riacho Santo Antônio, tem risco de o talude atingir quatro casas, nessas residências mora dona Rosa e sua família, ela reside em uma casa, seu ex-marido em outra, e nas demais, suas filhas, netos e genros. Dona Rosa é a chefe da família, que resulta em 8 crianças e 8 adultos, total de 16 pessoas. A Defesa Civil interditou a casa e, inclusive, o seminário Nossa Senhora Aparecida se dispôs a recebê-los, mas eles optaram em ir para casa de parentes”, contou o secretário de Cidadania e Assistência Social do Município (Semcas), Wilson Lill.

 

Conforme o secretário, ainda há um casal residindo em uma casa interditada que se nega sair, pois tem medo que roubem suas coisas. “Tem outra família do lado que está em risco, já conversamos com o casal, nos dispusemos a colocar seus pertences em um caminhão e levar para um abrigo, mas eles têm medo de roubarem as coisas e não querem deixar”, lamentou.

 

Sobre o auxílio às famílias, o secretário destacou a preocupação da Prefeitura com a segurança da população. “Estamos muito preocupados, se os trens continuarem passando pode prejudicar ainda mais o local, a Defesa Civil e a Procuradoria já oficiaram a empresa Rumo sobre a passagem dos trens carregados de combustíveis. Nossa preocupação é com as pessoas, vamos continuar trabalhando para dar o suporte necessário para que possam ficar em segurança”, finalizou.

 

Brigada Militar

 

Equipes do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM), do 7° Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) também auxiliaram os moradores atingidos pelas fortes chuvas. Os policiais militares atuam, com embarcações e com viaturas de tração 4x4, na retirada dos moradores e seus pets, dos locais alagados e que oferecem risco à vida. Também, auxiliam no transporte de móveis, roupas e pertences pessoais.

 

Fotos: Jéssica França



Jovem perde a vida em desabamento de ginásio em Giruá

 

A jovem Isabeli Soardi, de 26 anos, faleceu e outras 57 pessoas ficaram feridas após o desabamento do centro esportivo em Giruá. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a tragédia ocorreu na noite de quarta-feira (15), durante o temporal.

 

Segundo os bombeiros, pelo fato de ser feriado, muitas pessoas estavam no local para uma confraternização jogando padel e futebol, quando o vento forte derrubou o teto do centro esportivo. Os feridos foram encaminhados para o hospital da cidade, devido ao grande número de pessoas, os médicos, enfermeiros e técnicos que estavam de folga foram acionados para atendimento. Duas pessoas com maior gravidade nos ferimentos foram transferidas para os hospitais de Santo Ângelo e Santa Rosa. A prefeitura de Giruá decretou Situação de Emergência devido aos estragos causados no município.

 

Região do Alto Uruguai atingida pelas chuvas

Houve registros de alagamentos nas cidades de Erechim, Getúlio Vargas, Floriano Peixoto, Áurea, Benjamin Constant, Mariano Moro, Aratiba, Barão de Cotegipe e Cruzaltense. Em Barra do Rio Azul, município que há poucos dias foi fortemente atingido pela cheia do Rio Azul e Paloma que cortam a cidade teve novamente casas invadidas pelas águas.

 

Já na região do alto da Serra do Botucaraí, em Soledade, a chuva ultrapassou 80 milímetros, acompanhada de ventos fortes e raios, causando alagamentos e transtornos para a população. 

 

 


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