A chegada do outono nesta quarta-feira, 20 de março, marca a transição do verão para o inverno. A estação também é conhecida como o período de colheita de diversas espécies de frutas.
De acordo com o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa/Trigo, Ademir Pasinato, o outono deve se estender até o dia 21 de junho de 2024. “De forma geral é uma estação de transição entre verão e inverno, saindo do calor para o frio, nessa estação começa com mais frequência as incursões de massa de ar frio do sul do continente, assim como frentes frias que causam o declínio da temperatura, comum na estação”, diz.
Durante o outono, assim como no inverno, é muito comum nevoeiros e geadas. “Nesse ano, ele coincide com o fim do ciclo do fenômeno El Niño que atuou no verão de 2023/2024 e até início de junho teremos essa transição de El Niño, de quente para a neutralidade. O início dessa estação ainda contará com temperaturas mais elevadas, acima da média de forma geral e também principalmente pelos prognósticos do Inmet do outono contará com chuvas acima da média de forma geral”, explica.
Fenômeno La Niña
Ainda segundo Pasinato, no decorrer da estação a tendência é que com o enfraquecimento do fenômeno El Niño até a neutralidade de tempo rápida para que em junho começar atuar um outro fenômeno meteorológico. “Junho já deve começar a formação no oceano do fenômeno La Niña que deve atuar principalmente no fim de outono e início de inverno. Diferente do El Niño que é a fase positiva, com o excesso de umidade e temperatura mais altas, o La Ninã é o contrário, com chuva irregular e abaixo da média e temperaturas mais baixas”, disse.
Inverno poderá ser mais rigoroso
Com temperaturas acima da média histórica, o inverno de 2023 foi marcado pelas chuvas e temperaturas não tão baixas. Conforme Pasinato, as ondas de frio já devem iniciar no outono. “Não quer dizer que teremos um inverno rigoroso, mas se compararmos com o inverno de 2023 em que em Passo Fundo registrou apenas três geadas, em 2024 vai ser um inverno mais forte, com temperaturas mais baixas, em função do fenômeno La Niña e a tendência é de que o frio chegue mais cedo. Será mais frio no comparativo com 2023, com menos umidade”, pontuou.
Trimestre com chuvas acima da média
Até o início da manhã de ontem, a Embrapa já havia registrado 134.5 mm de chuva acumulada. “Com a previsão de chuvas nessa semana, vamos novamente superar a média, então nesses primeiros três meses de 2024, superamos a média de chuva para cada mês”, contou. Nesta quarta-feira, o dia deve ser chuvoso. Na quinta- -feira, a chegada de uma frente fria associada a um sistema de baixa pressão vai trazer vai trazer acumulados que podem chegar a 70mm em um curto espaço de tempo. “Teremos bastante chuva em um curto espaço de tempo.
Com o calor tem a probabilidade de temporais, possibilidade de granizo e ventos localizados. A partir de sexta-feira (22) o tempo melhora. O último fim de semana de março deve ser com tempo seco e firme. As temperaturas mínimas podem ficar na faixa de 13º C, porque tem uma massa de ar frio chegando na sexta, deixando o fim de semana com temperaturas bem típicas de outono: amenas de madrugada e com mais calor durante o dia”, finalizou.
Temporal no RS
Uma chuva forte foi registrada no fim tarde de segunda-feira (18), causando estragos em algumas cidades do Rio Grande do Sul. De acordo com a Defesa Civil, na região de abrangência de Santo Ângelo, alagamentos foram registrados em aproximadamente 25 residências, danificando móveis e utensílios domésticos e automóveis. A cidade de Frederico Westphalen também teve ruas inundadas em diversos pontos. Segundo a Defesa Civil, outro município atingido pelo temporal foi Roque Gonzales. Pelo menos cinco casas foram destelhadas. Em Rolador, os ventos provocaram o destelhamento de aproximadamente 50 casas.