O calor está retornando e a chuva não veio

Frente fria enfraquece e as precipitações ficaram muito abaixo da expectativa

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Céu nublado: amplitude térmica e pouca chuva - Foto – LC SchneiderCéu nublado: amplitude térmica e pouca chuva - Foto – LC Schneider
Céu nublado: amplitude térmica e pouca chuva - Foto – LC Schneider
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 Na semana passada, o Planalto Médio teve temperaturas máximas bem acima das médias históricas. Em 10 de fevereiro, Passo Fundo registrou o dia mais quente do ano com 34,7º C. Depois do calorão, a Argentina nos enviou uma frente fria. Nesta semana, a queda na temperatura foi sentida a partir de segunda e teve maior relevância na terça-feira. No entanto, a expectativa de chuvas em volume considerável acabou frustrada e persiste a seca. Agora, começa uma nova virada no tempo com a chegada de mais calor. Não será uma onda caracterizada como forte, mas as temperaturas mínimas e máximas voltam a subir. Os ventos quentes desta vez vêm da Argentina e do Paraguai.

A semana

Na segunda-feira, 17, sentimos os efeitos de uma frente fria enviada pela Argentina. “A máxima, que estava bem acima disso, caiu para 28ºC, enquanto a mínima ficou em 20,4ºC”, informou o analista Aldemir Pasinato, do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Trigo em Passo Fundo. “Na terça diminuiu ainda mais, com mínima de 17,2ºC enquanto a máxima ficou em 25ºC”. Mas será a partir de quinta-feira que teremos, efetivamente, uma nova elevação na temperatura. “Quinta deve ficar com máxima de 28ºC e a mínima em torno de 18 ou 19ºC. Já para sexta-feira a máxima deve superar os 30ºC na região. No final de semana teremos dias ensolarados”, antecipou Pasinato.   

Movimento das ondas

Calor, frio e novamente o calor em um fevereiro atípico e com grande amplitude térmica. Havia uma forte onda de calor sobre a região. “Essa onda subiu e agora está no centro do país”, explicou o analista. Em seguida, chegou um frio repentino, contrastando com o calorão dos dias anteriores e, assim, provocou uma sensação mais forte da queda de temperatura. A partir desta quarta já sentiremos uma variação contrária. “É uma onda de calor vinda do Norte da Argentina e do Paraguai, mas não pode ser caracterizada como uma onda forte. Mesmo assim, as máximas voltam a superar os 30ºC”, informou.

A chuva que não veio

 A virada do tempo, com a entrada de uma frente fria, era o prognóstico para um volume considerável de chuvas na região. Porém, as precipitações aguardadas tornaram-se uma frustração. “Não choveu o esperado. Em Passo Fundo estava previsto 30mm de chuvas e ficamos com apenas 8,9mm. O acumulado de fevereiro é de 46mm diante da média histórica do mês de 147mm, isso significa que até agora choveu apenas 31%”, explicou Pasinato. O agravante é que a seca vem desde fevereiro e causa danos nas lavouras de soja.

Irregulares e isoladas

A pouca chuva e a abrangência irregular causam situações distintas mesmo em áreas próximas. As chuvas dos últimos dias não ocorreram de forma homogêneas. “Domingo, choveu um pouco mais para os lados de Carazinho, Sertão e Coxilha, na segunda-feira foi mais para o norte do estado e parte de Santa Catarina, onde teve mais regularidade e maior quantidade”. Ainda de acordo com o analista da Embrapa, na quarta-feira “podem ocorrer pancadas isoladas em Passo Fundo e sem ultrapassar os 5mm”.

Prognóstico de seca

“As chuvas só devem ser mais constantes na virada do mês”, alertou Pasinato. Isso significa que fevereiro terminará em plena estiagem e com péssimo prognóstico para o campo. “As chuvas continuam irregulares”, enfatizou. E já podemos colocar a responsabilidade em La Niña. É o que informa a NOAA - Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Pasinato confirmou que “o último boletim da NOAA informa que La Niña continuará atuando em março e abril. Isso significa amplitude térmica (maior distanciamento entre as temperaturas mínima e máxima) e chuvas irregulares”.

 

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