Amor pela profissão

Aos 33 anos, Júlia Cremona é uma apaixonada pela Medicina e passa seus dias ajudando a transformar a vida das pessoas

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Júlia Cremona conhece a rotina médica desde muito cedo. A infância acompanhando o dia a dia do pai, que é ginecologista, não poderia resultar em outra escolha: Júlia seria médica. E assim a gaúcha que aos 13 anos adotou Florianópolis como lar trilhou seu caminho. Estudou residência clínica no estado vizinho e depois de formada escolheu Passo Fundo para fazer sua especialização em cardiologia e, a convite dos chefes com quem trabalhava, resolveu ficar por aqui mesmo.
Hoje, cinco anos após ter escolhido Passo Fundo para construir sua carreira, Júlia divide sua rotina entre o consultório, o hospital, um posto de saúde e mais viagens semanais e mensais para atendimento em duas cidades da região, David Canabarro e Sarandi, além de dedicar um tempo para o Mestrado que está fazendo em Porto Alegre.

Paixão pela cardiologia
A certeza pela especialização, entretanto, não foi a mesma que pela profissão. A cardiologista garante que na faculdade não gostava tanto assim da área. “Tive a disciplina no meio da faculdade e eu não sabia ver eletro e os meus professores não conseguiam me ensinar e geralmente o que a gente não sabe, não gosta”, lembra. Mas não demorou muito para o cenário se inverter. Bastou um professor disposto a ensinar, que Júlia se apaixonou pela cardiologia: “Quando eu fiz minha residência de clínica, a parte de cardiologia era feita lá no Instituto de Cardiologia, em São José, na grande Florianópolis, e eu tive um professor que foi muito bom. Ali eu realmente comecei a gostar e me apaixonei. Acho que foi sorte, porque eu tive um professor muito especial, e o hospital também era muito bom. Acabei me apaixonando e depois disso eu não quis fazer outra coisa”, conta.
E como qualquer apaixonado pelo que faz, Júlia conta que gosta das várias maneiras com que pode ajudar as pessoas. “São dois lados: de ajudar aquele paciente grave, aquela pessoa que está muito ruim e que até às vezes você acha que ela não vai sobreviver, mas aí chega lá no dia seguinte ela está melhor e eles voltam para nos dar oi, bem. E no consultório, eu gosto muito de brigar com os meus pacientes para eles comerem direito, para eles fazerem atividade física, eu sou muito praga com relação a isso”, brinca.
Para ela, é isso que faz da Medicina uma profissão tão gratificante: “Você perceber que, de alguma forma, mudou a vida de uma pessoa, ela lhe ouviu e resolveu fazer alguma coisa melhor por ela mesma. Isso é bem importante porque hoje em dia todo mundo pensa só em si, quase ninguém pensa muito no outro. E eu gosto muito de ajudar. É uma sensação que eu não sei explicar, porque não tem nada fora da Medicina que eu sinta que seja tão prazeroso”.

Cuidado e competência
Claro, que nem sempre é tudo tão fácil. Júlia conta que já teve que lidar com a resistência de pacientes e, como em muitos casos, precisou mostrar que o fato de ser mulher e jovem não fazia dela menos qualificada que outras pessoas. “A gente sabe que tem preconceito, mas aí são duas coisas: primeiro você estar sempre se aperfeiçoando, estar sempre estudando – um dos motivos de eu fazer mestrado é esse, você faz porque quer oferecer um trabalho melhor para as pessoas, mas também porque você quer se aperfeiçoar, mostrar que você está comprometida com aquilo e se você está se aperfeiçoando”, comenta. Para ela, isso faz com que, mesmo com a resistência inicial, as pessoas percebam que o ela está fazendo está trazendo resultado.
Outra coisa importante para a cardiologista é o cuidado com o paciente. Para ela, um médico precisa tratar o paciente como trata qualquer pessoa. “Eu tenho hoje muito paciente que vai ao meu consultório uma vez por mês só para conversar. Acho isso muito importante. Converso com meus pacientes como converso com minha família, meus amigos. Eu olho para aqueles senhores e senhoras e vejo meu pai e minha mãe e trato eles com esse cuidado. Não tem aquela distância de médico e isso acaba criando uma relação bacana”, destaca.

Fora do hospital
Com uma rotina tão intensa, a gente até se pergunta se sobra algum tempo para manter uma vida social. Júlia conta que é difícil, mas faz o possível. Noiva - está com o casamento marcado para novembro - conta que como o companheiro também é médico, fica mais fácil entender a rotina um do outro e até brinca que, como o noivo trabalha mais, é ela quem reclama. Mas garante que dá sim para se dividir entre o trabalho, a casa, e os dois cachorros sem problema: “a gente dá jeito”.
A ideia, entretanto, é dar uma pequena pausa depois do casamento, já que o casal pretende ter filhos. Mas é breve, logo depois, Júlia garante que tem muitos planos pela frente ainda. “Tem muitos planos, estou só começando, ainda dá para fazer muita coisa”, finaliza.

 

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