Coreia do Sul - a Fênix da Ásia

Por: Marilise Brockstedt Lech - Professora da UPF, ocupante da cadeira 39 da Academia Passo-Fundense de Letras e turista/estudante entusiasmada

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Depois da divisão da Coreia em do Norte e do Sul, logo depois da II Guerra Mundial, esses dois países continuaram vivendo os horrores de uma guerra durante os anos cinqüenta, entre eles próprios. Sem se intimidar com o comunismo norte-coreano, a Coreia do Sul renasceu das cinzas e transformou-se, a partir de um amontoado de ruínas, na 10ª maior economia mundial. O investimento em educação e em indústria pesada de automóveis e eletrônicos foram alguns dos fatores que contribuíram para isso. Sua capital Seul, que está entre as cidades mais visitadas no mundo, é sede de empresas como a Samsung, a Hyundai, a Kia e a LG.
Desde a realização dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1998, a Coreia do Sul tornou-se anfitriã de milhões de turistas sedentos por novidades e curiosos para conhecer suas lindas ilhas, praias e montanhas, bem como interessados em aprender o que fizeram para que se desenvolvessem tanto em menos de trinta anos.
Ao visitarmos esse longínquo país, situado há 22 mil km do Brasil - exatamente do outro lado do mundo - meu esposo Osvandré Lech e eu, aprendemos muito. Foi possível conciliarmos a participação no Congresso Mundial de Cirurgia do Ombro com alguns passeios turísticos, conforme as fotografias ilustradas junto a esse, cujas legendas descrevem algumas das importantes aprendizagens obtidas.
Contudo, dentre o que mais nos marcou nessa inesquecível viagem, além das belezas naturais de Jeju - cidade localizada em uma ilha vulcânica onde aconteceu o congresso - não pode ser revelado em fotografias. Foi ter percebido a paixão que os sul-coreanos têm pelo seu país e pela sua cultura. A capacidade de trabalho, a humildade, a honestidade, a delicadeza e a alegria no trato com as pessoas são características marcantes daquele povo educado, que viveu um dos maiores avanços científicos e humanos da história do planeta.
Por fim, cabe destacar aqui, que os professores sul-coreanos estão dentre os profissionais mais bem pagos daquele país e são eles, também, os que recebem os cumprimentos com o maior grau de curvatura do corpo, tal qual recebia o antigo imperador. Aprendamos com eles, pois.

Palácio Imperial Gyeongbok

Construído originalmente em 1395, Gyeongbok - que significa "grandemente abençoado pelo céu"- foi o principal e maior palácio entre os cinco grandes palácios construídos pela Dinastia Joseon. Depois de abandonado em decorrência de um incêndio, foi reconstruído em 1867, tendo sido residência do último imperador, até 1910, quando a Coreia passou a ser colonizada pelo Japão, até 1945, logo após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial.

Portão da Paz - Pórtico do Parque Olímpico

Os Jogos Olímpicos de Seul, realizados em 1988, foram um marco divisor na história da cidade e do país. Com o slogan "Harmonia e Progresso", os sul-coreanos seguiram à risca o que preconizaram. A cidade se embelezou, cresceu e se enriqueceu ainda mais, se abriu para o turismo e, o melhor de tudo, promoveu a paz entre muitos países. Foi emocionante conhecer os projetos que poderão levar à realização do sonho da reunificação das duas nações coreanas, divididas em norte e sul. Embora a Coreia do Norte seja muito resistente a isso, acreditamos que isso é só uma questão de tempo, pois, conforme o slogan proposto, as qualidades harmonia e progresso andam juntas.

Templo Budista Bongeunsa

Construído há 1.200 anos, esse templo - o maior da cidade de Seul, desde então - tem sido palco de grandes comemorações, dentre as quais o aniversário do Buda, comemorado no dia 14 de maio. Além da bela e típica arquitetura, é emocionante ver as crianças curvando-se diante da gigante estátua do Buda Maytreya agradecendo e pedindo paz, união e luz. Dentre as grandes mensagens de Buda que os sul-coreanos respeitam fervorosamente, estão as seguintes: "Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele"; "É capaz quem pensa que é capaz"; e, por fim, dentre as que observamos na prática, em nossa recente visita a esse impressionante país, "Pratiquem a bondade, não criem sofrimento, dirijam a própria mente. Esta é a essência do Budismo".

 

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