Quando um filho cresce próximo aos pais, acompanhando seus passos e aprendendo com eles, é normal que, de alguma forma, as semelhanças apareçam. Essa semelhança pode ser física, pode ser na personalidade ou, como no caso de Lisete Biazi, na profissão. Filha de donos de Buffet, seria até contraditório se as panelas não fizessem parte da sua vida. O curioso aqui é que não apenas Lisete seguiu os passos dos pais, mas teve ao seu lado o marido, Alcir Francisco Biazi, que junto com ela percebeu uma oportunidade e transformou-a em profissão. Hoje, os dois comemoram 25 anos dessa parceria.
Vida no clube
A vida de Lisete e Biazi sempre teve um clube como cenário. Ele era professor de educação física e promovia campeonatos de futsal. Ela ajudava a família com o Buffet. A experiência dos dois e o círculo de amigos que criaram ao longo dos anos foi a porta de entrada para esse universo. A oportunidade surgiu quando o Clube Comercial buscava um ecônomo para realizar o atendimento em gastronomia e bebidas. Liste e Biazi perceberam que poderiam contribuir de alguma forma e resolveram investir. “Quando eu conheci a Lisete, ela e os pais estava envolvidos com clube Juvenil. Nos fins de semana eu ajudava eles. Nós namoramos seis anos, sempre nesse meio. Um tempo depois apareceu a oportunidade aqui no clube. Eles precisavam de um ecônomo e como eu era professor de educação física, trabalhava com esporte e estava envolvido com tudo isso, achei que poderia ser uma boa ideia. Como o pai dela era do ramo ele nos auxiliou no começo e acabou dando certo”, lembra Biazi. Lisete completa: “Foi algo como se a gente tivesse visto uma oportunidade e aceitado o desafio, foi uma coisa bem de ocasião. Na verdade eu dei sequência ao trabalho dos meus pais, foi uma coisa meio que de herança”.
Hoje, 25 anos depois, os dois acreditam que o segredo para esse sucesso todo é a capacidade que têm de surpreender seus clientes. “Quando o cliente fecha um determinado serviço e você consegue superar a expectativa do cliente, acho que isso mantém seu lugar”, destaca Lisete.
Outro diferencial importante é a experiência de Lisete na cozinha. Apesar de ser autodidata, ela viu a necessidade de buscar uma formação e profissionalizar um serviço que já fazia tão bem. “Chega um momento que você precisa da teoria. Então, além de estudar muito e de fazer todos os cursos que me cercaram e tive a oportunidade de participar – eu tenho essa filosofia de a cada ano me reciclar e fazer alguma coisa nova – teve um momento que eu fui atrás da teoria sim e aí eu cursei gastronomia”, conta. O resultado, para ela, mais do que um diploma, foi a troca de experiências que pode ter tanto com quem já estava no ramo, quanto com quem ainda estava trilhando os primeiros passos.
Trabalho e doação
Festas são sempre sinônimo de muita alegria. Para Lisete e Biazi, no entanto, além da alegria, festas significam também muito trabalho e doação. Ao seu lado, mantém uma equipe comprometida, que os acompanha desde o início em todas as etapas do evento que, segundo Lisete, são importantíssimas e se complementam. “Você tem que trabalhar bem antes porque você está fazendo uma venda, tem que dar 100% certo durante, mas não adianta o cliente chegar aqui no pós se ele quer trocar o feedback e contar como foi, comentar a festa se você ignorar isso. E essa parte é uma delícia, porque o cliente chega cheio de coisas para contar, tem que dar certo. Essas três etapas de completam”, explica.
Outro cuidado interessante é o de agradar desde os paladares mais exigentes até os mais versáteis. “Em um casamento, por exemplo, você tem que trabalhar para uma gama de pessoas, desde a criança, até o idoso, dos convidados que comem qualquer coisa aos que são mais tradicionais. Então por mais que a gente invente muita novidade e queira implantar isso, na hora que você senta com uma família para tratar uma festa, a família acaba optando por uma coisa mais tradicional. E eu acho isso maravilhoso, acho que Buffet vai continuar na moda. E ele me dá espaço para criar”, conta. A estratégia para que dê certo é simples: “eu procuro colocar alguns pratos bem tradicionais que vão agradar e alguma coisa nova vai entrando aos poucos. Esse novo bem rapidinho ele fica tradicional. Têm pratos que há muitos anos a gente não consegue tirar”, brinca.
Parceria de sucesso
Assim como alguns pratos, a receita para tantos anos de parceria é segundo eles, também herança dos pais. “Minha mãe comenta até hoje que é muito difícil ver ecônomo de clube que trabalhe junto e não acabe se separando”, brinca Lisete que logo emenda: “Eu acho que é uma dose bem grande de tolerância, não levar os problemas do serviço para casa e se divertir com aquilo que você faz. Eu sinto que não pesa, a gente consegue levar com bastante leveza”. Biazi acredita que o ambiente em que trabalham também contribui para esse sucesso: “Acho que o fato de a gente trabalhar em um ambiente em que as pessoas estão contentes também é muito importante”.
Com tanta doação, o casal olha para trás com alegria ao ver tudo que conseguiu construir. Para eles, lembrar de como foi o início é importante para que se saiba de onde veio e não se perca a referência. “Olhar pelo retrovisor sempre foi uma referência e a gente não pode parar de olhar e pensar e seguir em frente”, finaliza Biazi.