Eternizando momentos

Há mais de 30 anos como decoradora, Maninha Trevisan faz de momentos passageiros lembranças que ficam eternizadas

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Um pavilhão enorme com tudo que se possa imaginar, das mais belas flores a vasos luxuosos. Foi com um pequeno e impressionante tour pelo seu nada modesto local de trabalho que Maninha Trevisan recebeu a equipe do jornal O Nacional para contar um pouco da sua trajetória. Em meio a móveis e itens de decoração, Maninha lembrou seu início, quando ainda em Palmeira das Missões, ajudava a mãe e as tias a decorar as grandes festas promovidas no Clube Comercial. “A gente morava em Palmeira das Missões, minha família é de lá e meu pai era ecônomo do Clube Comercial e lá a gente viu grandes festas, era a época das grandes orquestras, tinha aqueles bailes bem tradicionais de debutantes, reveillon, carnaval e eu sempre gostei de olhar, de observar e até me envolver um pouco com tudo que acontecia”, lembra.

Foi somente com a mudança para Passo Fundo que Maninha deixou de ser uma coadjuvante para se tornar a protagonista na decoração de eventos. Apoiada pela mãe, deu os primeiros passos, sem ganhar dinheiro, apenas aprendizado. “Você fazia um evento e recebia um cartão, uma caixa de bombom, um perfume, um agradecimento do cliente”.

O resultado desse aprendizado chegou aos poucos. A partir de 1982, Maninha começou a receber pelo trabalho que fazia. Dez anos mais tarde, em 1992 formalizou sua empresa, a Maninha Decorações e desde então tem sido referência no assunto em Passo Fundo e na região. “Nessa trajetória toda eu já tinha feito grandes eventos e com o tempo aquilo se tornou com o tempo profissão. Sou do tempo que a gente era ornamentadora”, brinca.

Objetivo: ser feliz

Amor pela profissão é o que não falta. Tanto que, apesar de a festa ser um momento tão rápido, Maninha garante que sua pretenção é que ela dure para sempre. “A festa é um momento tão rápido, você leva muito tempo organizando e depois ela acaba, mas aí vem a minha pretenção, que ela dure para sempre, que ela fique eternizada pela maneira como ela foi feita, traduzindo o sonho das pessoas, da menina que fez 15 anos, do rapaz que se formou, ou do casal que casou”, conta. Isso é reflexo também da experiência que Maninha adquiriu ao longo dos anos. “Quando eu comecei os noivos chegavam muito timidamente acompanhados dos pais que eram os que pagavam e ofereciam a festa, eram coadjuvantes. Hoje isso mudou, a festa é deles. E acaba se tornando um evento, tem muitas atrações. Eles chegam com uma bagagem enorme de informações. São maravilhosas as festas. Mas com tudo isso o sentimento continua o mesmo: ser feliz. Não tem outra finalidade”.

Questão de sintonia

No mercado há pelo menos 34 anos, Maninha que também é formada em Artes Plásticas pela Universidade de Passo Fundo garante que não tem segredos para o sucesso. “Acho que todas as empresas buscam o mesmo objetivo que é atender bem o cliente, ter consciência de que numa festa o anfitrião tem que ser feliz antes, durante e depois”. Na opinião dela, antes da festa o cliente precisa ter certeza de quem ele está contratando e do que ele vai receber. Durante de que seja entregue exatamente aquilo que ele contratou. E depois de que o preço seja justo como foi combinado. “As coisas tem que andar nessas três etapas. Hoje a gente é mais preocupado em passar para o cliente uma logística muito certa do evento. A gente não acredita muito em ostentação, a gente acredita em beleza, em ter aquele impacto de estar em um ambiente gostoso. Claro que são muitas coisas que precisam andar juntas. É uma questão de sintonia”, destaca.

Para se chegar a essa sintonia, é preciso estar antenado, afinal, a internet é uma grande aliada e cada vez mais os clientes chegam sabendo exatamente o que estão buscando. “A gente precisa saber o que é tendência, o que é bom, o que funciona, não só o que está na moda, o que traduz aquelas pessoas, o que combina com cada pessoa. É tudo muito pessoal. A gente direciona e faz de tudo para seja de acordo com a personalidade da pessoa”, explica Maninha contando que sua profissão exige também um trabalho muito psicológico de saber o que o cliente quer. “Com o tempo as coisas vão ficando tão mais claras. A maturidade traz uma coisa boa que é saber se vai dar certo ou não”.

Uma boa equipe é fundamental

E para que dê certo, uma boa equipe é fundamental. Ao seu lado, Maninha tem atualmente 12 pessoas. Entre elas está o sobrinho, Thiago, seu braço direito. É essa equipe que dá o suporte para que Maninha realize de seis a oito formaturas em um único fim de semana. “Tendo um foco, fazendo uma boa logística funciona”. O único “problema” nessa dinâmica toda é que Maninha faz questão de passar em todos os eventos para dar seu aval. “Eu tenho que passar e olhar senão é uma sensação ruim. É chegar lá e ter a certeza de que está tudo certo. É bem importante para mim”.

Algo completamente compreensível vindo de uma pessoa com a capacidade de entrar em uma locação e imaginar o trabalho pronto. Apesar de toda a equipe estar por dentro de todas as etapas do processo, é pela mente de Maninha que tudo se cria. “É uma coisa intuitiva”, diz. E para que tudo não fique apenas na mente brilhante da decoradora, ela resolveu acalmar os corações dos clientes e hoje, sempre antes da festa realiza um pré-evento para os familiares e amigos mais próximos em que monta um pouco do que vai entregar no dia do evento. “Eu enxergo, mas a pessoa pode não estar enxergando. E isso dá a sensação de que a pessoa está mais segura e aí funciona maravilhosamente bem”, garante.

O que funciona também é o fato de a equipe toda ter o que Maninha chama de espírito de aventura. “A gente encara qualquer salão. A gente é meio circense. Quando eu era criança eu queria ser trapezista e hoje acho que no fundo eu sou um pouco trapezista porque eu monto um circo toda a semana, monto em caminhão, onde me chamarem eu vou e eu sou bem apaixonada por circo e acho que essa ideia do movimento de cada dia ter um desafio diferente é uma coisa bem legal, que eu gosto muito e a minha equipe inteira é assim”, conta.

Trajetória

Ao olhar para a trajetória que construiu, Maninha se emociona e garante que o sentimento é de felicidade. “Foi uma caminhada muito longa. Às vezes eu nem acredito no que eu inventei e como eu cheguei até aqui e quantas famílias dependem disso. Quando eu lembro que eu comecei com dois tipos de tecidos para colocar nas mesas. Tudo foi feito pela gente. Foi bem difícil e eu acho que negligenciei muito meu casamento e minha família, mas ao mesmo tempo a minha filha é uma rocha. Ela é forte. É maravilhosa. Então eu acho que valeu muito a pena. De modo geral tudo foi bem positivo”, finaliza.

Maninha Decorações

Endereço: RST 324, 488, Passo Fundo
Telefone: (54) 3311-3260/(54) 9999440283
Email: [email protected]
Site: www.maninhadecorações.com.br

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