Amor em Dose Dupla

A psicóloga que descobriu na maternidade de gêmeos a importância de tratar cada pessoa com suas particularidades, hoje orienta seus pacientes no consultório

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O soar dos batimentos de um pequeno coração acelerado era como o despertar de uma nova melodia. Intensos, eles ecoavam e se sobressaiam a qualquer outro som que pudesse atrapalhar. A vida que florescia dentro de Marindia parecia agitada, mais rápida que a própria agitação da cidade no fim do expediente. Ouvir os batimentos no primeiro ultrassom foi uma alegria dupla, já que dentro de sua barriga não estava apenas um coração, mas sim dois. Construindo juntos uma grande sinfonia. Acostumada a lidar com a individualidade das pessoas, por conta das filhas gêmeas, Marindia Prado, encontrou na experiência da maternidade, o desejo por estudar e ajudar pessoas. 

A notícia de que Marindia e Cristiano Novello seriam pais de gêmeos deixou a família em êxtase. “O que mais me deixava feliz era saber que eu teria dois bebezinhos dentro de casa ao mesmo tempo.” Apesar do risco de uma gravidez gemelar, a mamãe de primeira viagem pôde aproveitar cada momento dessa fase que seguiu seu curso natural, sem grandes complicações. Por volta dos 6 meses a família teve a confirmação. Os bebês eram na verdade gêmeas: duas meninas.

Como a maternidade rondou a cabeça de Marindia desde cedo, com a chegada das meninas, ela tinha uma certeza: queria criar mulheres fortes. “Eu sempre pensei nisso, quando fiz o enxoval e escolhi as cores do quarto, eu quis sair do ‘rosinha’, queria que elas fossem fortes, seus nomes fossem fortes. Queria criar grandes mulheres.”

Carolina e Giulia conheceram o aconchego do peito da mãe no dia 29 de dezembro de 2008. Pertinho do Natal, esse seria o maior presente que seus pais já haviam recebido. Os primeiros meses foram de adaptação. Para a mamãe que queria criar filhos independentes, foi na família que ela encontrou sua rede de apoio. “Quando elas nasceram eu vi que precisava de ajuda. Minha mãe, sogra, irmã, cunhada, todos ajudaram. O meu marido sempre foi meu parceiro, ele foi o melhor pai do mundo, nós acordávamos juntos de madrugada.”.

Quando as meninas completaram 2 anos e foram para a escolinha, Marindia também buscou retomar sua vida profissional. A ideia de voltar para a Faculdade nasceu de uma conversa casual com a irmã, que é oito anos mais velha e que, assim como ela, encontrou na Psicologia a sua vocação.

Encerrando ciclos

No consultório neutro, que parece possibilitar a cada visitante que passa por ali pintá-lo de um jeito diferente. As poltronas fogem do tradicional divã e estão cuidadosamente posicionadas no ambiente para trazer aconchego e proporcionar uma conversa como aquelas que são realizadas na sala de casa. Quando Marindia recebe seus pacientes no consultório fica claro que todos os caminhos que trilhou para chegar até ali tinham um objetivo final: ajudar pessoas.

“Para mim, poder ajudar as pessoas a se conhecerem é muito gratificante. É fazer o bem, eu procuro ver o indivíduo através das relações dele, da sua bagagem, porque é essa bagagem que ajuda a construir o ser humano. E a partir daí, orientá-       las por um caminho.” Mesmo que o desejo de ajudar pessoas estivesse enraizado em Marindia, ela precisou seguir por diferentes áreas para chegar onde está. Explorou o Comércio Exterior, entrou no universo dos números trabalhando no banco e estudando Ciências Contábeis. Mas foi na Psicologia que ela entendeu o motivo de sempre ter dado trabalho aos pais. Ela buscava mais. “Eu sempre fui daquelas pessoas revolucionárias na minha vida, sonhadora demais. Pensava a frente do meu tempo”.

Nessa caminhada, Marindia considera que a família foi essencial. “Minhas filhas viveram comigo a Faculdade. Quando eu estava fazendo o meu TCC, elas sentavam ao meu lado, pegavam o ‘laptop da Xuxa’ e faziam o delas. Ver que hoje elas me falam coisas como ‘A mamãe é psicóloga, a mamãe ajuda as pessoas’ é uma das melhores partes de ser mãe.”

E a sua irmã também sempre esteve com ela. “Nos matriculamos juntas, fizemos 5 anos de faculdade juntas. Foi um marco para a nossa família, porque fomos as primeiras a ter um diploma de graduação. Nós fechamos um ciclo.” Apesar de formadas no mesmo curso, as duas seguem com as suas carreiras profissionais isoladamente, respeitando a individualidade de cada uma.

Pronta para ouvir

No consultório, Marindia trabalha com o desenvolvimento de pessoas, através da terapia sistêmica. Buscando entender sua história e os fatores que levaram a pessoa a tomar, ou não, certas atitudes. “Cada paciente se constitui de um contexto familiar, de um contexto profissional e essas relações trazem com sigo vivências, que vão constituir o que somos.”. Ela acredita que a Psicologia não existe para julgar problemas, mas sim para orientar as pessoas.

Ajudar através do atendimento no consultório não foi suficiente e a psicóloga quis mais. A “Êxito: soluções empresariais”, é sua mais nova aposta. “Uma amiga do banco idealizou o projeto e me procurou para montarmos uma parceria”. Através de psicologia organizacional, ela realiza trabalhos de consultoria, treinamento, liderança de equipes e desenvolvimento humano. Marindia pretende atuar nas duas áreas, já que tanto a área de desenvolvimento, quanto a organizacional, trabalham o comportamento e as relações.

Particulariedades

Conforme o tempo ia passando, as características das gêmeas univitelinas começaram a se sobressair. “Elas são muito parceiras uma com a outra, mas cada uma tem a sua personalidade. Uma é mais prática e a outra mais emocional. Mesmo sendo criadas do mesmo jeito, pela mesma mãe e mesmo pai, isso só ressalta como cada filho é único.” Marindia deu assas para que as meninas tivessem a sua individualidade. “Cada uma tem o seu quarto, com as suas coisas, do seu jeito. Mas todas as noites elas dormem juntas no mesmo quarto, por opção delas.”

O que aprendeu na faculdade, e hoje coloca em prática na profissão, também foi levado para dentro de casa. Ajudar e orientar as filhas é trabalho dobrado, já que as três fazem tudo juntas, mas a gratificação também vem em dobro. “Quando eu descobri que eram gêmeas, eu me sentia especial, tinham dois seres dentro de mim, eu fui abençoada com elas. Sabia que era trabalhoso, mas todo o esforço vale a pena”, afirma Marindia, que desenvolveu esse laço materno com as meninas desde que elas estavam em sua barriga.

Marindia Prado Psicóloga

Endereço: Rua Uruguai, 1992, Sala 204 - Passo Fundo

Telefones: (54) 99987-7600

Página do Facebook: facebook.com/Marindiapsicologa 

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