Profissão que não sai da moda

Costureiras ainda possuem uma grande demanda, principalmente em algumas épocas do ano

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A profissão de costureira existe há milhares de anos. As primeiras agulhas, por exemplo, são datadas de aproximadamente 30 mil anos, quando começaram a ser feitas de ossos e marfim. Já a tecelagem - ato de trançar e enredar fios - surgiu há cerca de 5 mil anos e era feita com fios de pelos animais. No século XIX, foi inventada a máquina de costura, o que revolucionou a forma como a ocupação era exercida. Além disso, a costura foi muito importante para as mulheres, afinal era um dos únicos trabalhos que elas podiam exercer para complementar a renda da família.

 

Hoje, a busca pelas costureiras traduzem a procura pelo diferencial, fugindo daquilo que é vendido no mercado. Gema Trewiczensky é costureira há 25 anos e conta que nos últimos dois anos a procura aumentou e o motivo é justamente esse: o trabalho que ela faz não costuma ser encontrado no comércio. Além disso, os valores também são mais atrativos e quando pesa no bolso, as costureiras acabam sendo uma boa alternativa.

 

Essa busca só vem aumentando e a personalização não é o único motivo: o número de reparos de fechos, barras, botões e consertos também é grande, em parte devido ao intenso número de compras realizadas pela internet, pois as peças muitas vezes acabam não agradando ou não servindo no cliente, que acaba buscando uma alternativa à devolução ou troca do produto, inclusive porque, muitas vezes, o modelo é limitado. Uma das especialidades de Gema é a costura de pijamas e ela conta para o MIX que nos períodos de abril a agosto chega a receber entre 100 e 150 pedidos por mês, além de costurar fantasias personalizadas para escolas da região. E o boca a boca continua sendo, como antigamente, um dos grandes propulsores dos clientes: “As pessoas falam de uma pra outra e acabam indicando, aí o pessoal vem pra cá”, conta a costureira.

 

Fora que, além de ajudar as peças a terem mais “nossa cara”, a costura e o reparo são opções que ajudam o meio ambiente: a indústria da moda é a segunda maior responsável pela poluição e degradação do planeta.

 

A fibra sintética, a mais usada na indústria têxtil, leva mais de 200 anos para se decompor na natureza e a viscose, outra fibra do tipo artificial, exige o corte de 70 milhões de árvores todos os anos e nem mesmo o algodão fica de fora, precisando de quase 3 mil litros de água para a confecção de uma única camiseta. Quando se opta por não jogar roupas fora ou não fazer compras impulsivas, o planeta agradece. Isso tudo torna evidente que o trabalho das costureiras é ainda mais importante do que parece.

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