Cada vez mais, os animais de estimação têm ganhado um grande espaço no coração e no orçamento dos tutores. Considerados parte da família, a atenção dedicada a eles não poderia ser muito diferente daquela cedida a filhos humanos: os cuidados são constantes e deixá-los sozinhos por períodos muito longos de tempo não é uma opção. Nesse cenário, algumas possibilidades têm surgido no mercado. Além dos hotéis para mascotes, uma alternativa já conhecida, outra um tanto mais recente vem ganhando espaço: os pet sitters, termo designado às babás de animais de estimação.
Embora ainda não seja tão difundido como os serviços de hotelaria e de passeadores de cães, o pet sitting tem crescido nos últimos anos como uma opção mais confortável para o animalzinho, que sofre um grande estresse ao ser retirado por muito tempo do lar ao qual está habituado. Neste caso, o serviço é feito a domicílio, ou seja, a babá vai até a casa onde o animal mora, para que o desconforto causado pela mudança de ambiente e rotina sejam evitados, ao contrário do que poderia acontecer caso este fosse levado a um hotel. A visita pode ser feita de maneira breve, apenas para alimentá-lo, ou durar algumas horas, para dar a ele um pouco mais de carinho, diversão, diminuindo a ansiedade causada pela separação com seu tutor.
Formada em Estética e Cosmética, Luana Dornelles decidiu trocar os pincéis de maquiagem por guias de passeio e petiscos e hoje é uma das pet sitters que oferece o serviço em Passo Fundo de maneira independente. Ela conta que já trabalhava com animais há algum tempo prestando os serviços de babá e passeadora para amigos e familiares, mas no início deste ano decidiu oficializar a tarefa como uma forma de negócio e oferecer os cuidados fora de horário comercial, por meio da sua própria empresa, a Bichos. “Tanto no serviço de pet-sitter quanto de dogwalker, é sempre a domicílio. Eu busco e entrego os cães em casa quando passeio com eles e o passeio dura em torno de uma hora, mas tudo depende da raça e da necessidade - alguns não podem passear por tanto tempo, como os cães de focinho mais achatado, por exemplo. As visitas domiciliares são combinadas com cada cliente. De acordo com a necessidade do animal e de acordo com o desejo do tutor, também sem tirá-lo de casa. Eu me adapto completamente à rotina deles. Se necessário, no caso de pets mais idosos, que tomam medicamento controlado, que têm horário certinho ou que sofrem muito com a ansiedade pela separação com o dono, eu posso pernoitar na casa do cliente”, explica.
Ao explicar como o serviço funciona, Luana conta que, antes de ficarem sozinhas com os animais, as pet-sitters costumam realizar uma visita à casa do cliente, com a presença do tutor e do animal, para que elas possam então se apresentar a ambos. Depois disso, é feito um checklist com alguns dados importantes sobre o animal em questão. “Preciso saber se ele é vacinado, para poder sair com ele na rua; se apresenta algum comportamento de agressividade quando está passeando, para eu tomar algum cuidado mais específico; dentro de casa qual é a rotina dele, o que come, o horário que come, qual é o brinquedo preferido, se pode subir na cama ou não... Toda a rotina certinha do animal para eu seguir como se fosse a rotina dele com o tutor. Eu sou apenas uma substituta, o que mais importa é manter tudo no ambiente o mais parecido possível com a rotina que ele tem normalmente, para ele não sofrer com a rotina de separação”.
Mercado em expansão
Em Passo Fundo, ainda de acordo com a babá, a procura por esse tipo de serviço teve uma crescente significativa nos últimos anos, especialmente na época de férias e nos feriados prolongados. “As pessoas têm procurado bastante e cada vez mais se conscientizam do quanto são serviços importantes e que fazem diferença na vida dos animais, porque eles realmente precisam dessa rotina de passeio e sofrem bastante quando o tutor está ausente de casa. Eles têm feito parte da família, então as pessoas procuram e se preocupam mais”. Quanto às espécies de animais, Luana diz que a procura maior é sempre para cuidar de cães e gatos, mas que qualquer animal de estimação pode receber o atendimento. “A maioria dos clientes são cães, porque eles demonstram sofrer mais. As pessoas ainda têm aquela ideia de que gato é mais independente, não sente saudades, não sofre... Mas eles sofrem sim com a separação do tutor e com a alteração de rotina. Principalmente os gatos, tirá-los de casa é muito ruim para eles. Peixes, passarinhos, roedores, todos merecem carinho e cuidado, então eu cuido de todos esses animais domésticos e de estimação”.