Os produtos de beleza e cosméticos naturais chegaram com tudo no país. Além das marcas importadas, as fabricantes brasileiras também estão investindo pesado neste novo nicho. São diversas opções para cabelo, pele, unhas e cuidados de beleza capazes de atender a todos os tipos de gostos, bolsos e exigências. A substituição de insumos derivados de animais ou sintéticos por matéria-prima natural não só ganhou espaço, como já é uma das mais fortes tendências dos últimos anos na área de cosméticos. Estudos comprovam o sucesso do seguimento e o interesse dos consumidores pela temática, no entanto, apesar do crescimento de oferta do setor e a facilidade de acesso, é preciso ficar atento para não cair em nenhuma estratégia de marketing e acabar comprando gato por lebre.
Tendência de comportamento
As pessoas estão mais preocupadas com a saúde e, portanto, estão mais interessadas em assuntos relacionados ao tema. Segundo o levantamento “Power Natural: vivendo intensamente, mas com saúde”, realizado pelo Google, o termo “natural” cresceu 70% nas buscas dos últimos 5 anos, 15% a mais do que a palavra "saudável". Além disso, a procura por “faz mal” e “causa câncer” aumentou, respectivamente, 51% e 35% desde 2014.
Para a médica especialista em dermatologia Maria Clara Couto, essa preocupação é mais do que um modismo passageiro, é resultado de uma população cada vez mais interessada em curar-se de algo ou, até mesmo, prevenir doenças, por isso aposta nos ativos naturais para manter a saúde em dia. “As pessoas estão em busca de soluções mais saudáveis, que tratem o problema sem causar outros danos ou efeitos colaterais. A intenção é aumentar a vitalidade física e garantir a manutenção da saúde com segurança”, explica.
Quanto mais natural, melhor
Os produtos naturais vêm conquistando um número cada vez mais expressivo de adeptos. Para se ter uma ideia, a pesquisa “A percepção dos consumidores brasileiros sobre cosméticos sustentáveis”, realizada pelo portal especializado Use Orgânico, que contou com a participação de 1.517 consumidores de todas as regiões do país, revela que, quando se trata da escolha do produto de beleza, 48% dos consumidores são mais atraídos por um cosmético se ele tiver um apelo natural e 26% dão preferência aos produtos com menos aditivos químicos.
O corpo agradece
Segundo Couto, essa valorização do ativo natural só tem a acrescentar à saúde, afinal, muito do que usamos externamente é absorvido pelo organismo por meio da pele. “A preocupação com a alimentação se estendeu também para os cuidados com o corpo porque as pessoas estão mais atentas aos danos que as substâncias sintéticas e aditivos químicos podem causar. Um cosmético convencional que apresenta uma ação benéfica aparente pode causar outros danos que só vão aparecer no futuro. Por isso, investir no natural não só é mais saudável, como também é uma forma de prevenção”.
Além disso, há ainda a questão ambiental. Os consumidores têm se preocupado mais com os danos causados ao meio ambiente e, portanto, os produtos que não agridem à natureza ganham pontos. Isso também inclui os testes e insumos derivados de animais, pois 67% das pessoas verificam a presença do selo Cruelty Free (livre de crueldade) antes de comprar.