OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Enquanto esta coluna é fechada (dia 27/07/2022) é esperada nesta semana uma reunião virtual entre o presidente americano, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, sobre as tensões envolvendo, principalmente, Taiwan. Isso tudo porque foi anunciado pela presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi, a sua intenção de visitar Taiwan, em meio a uma viagem à Ásia. As autoridades americanas ainda tentam convencê-la dos possíveis riscos dessa visita, o que poderia ser mais um dos inúmeros fracassos em política externa dos democratas americanos, que não sabem lidar com as pretensões chinesas. Cabe lembrar que, ultimamente, a China vem conduzindo uma série de exercícios militares no espaço aéreo de Taiwan, de quem reclama o domínio. Quase a mesma história da anexação da Crimeia pela Rússia, a conjuntura com Taiwan está circunscrita ao desejo de uma política externa expansionista – via territórios – por parte de Beijing. A visita robusteceria a narrativa chinesa, que apontaria para “uma pretensão imperial americana no perímetro de Beijing”. A China está a observar todo o espectro de ação de Washington em relação à guerra russa contra a Ucrânia, prevendo as mesmas em caso de tentativa de anexação de Taiwan. Certamente enxergam em Biden, um líder enfraquecido e que vem acumulando desastres em termos de política externa. Outra medida arriscada de Biden foi justamente o de declarar “guerra” contra as autocracias, em um delírio mais narrativo do que pragmático, na medida em que a China vai conquistando espaço entre os países emergentes, com programas de infraestrutura objetivos. Enquanto isso, Xi Jinping, com a última alteração “constitucional” conseguiu a possibilidade de mandatos indefinidos, ao estilo ditatorial do Partido Comunista que governa o país.

 

Mar do Sul da China

Enquanto brota um risco geopolítico em relação a Taiwan, em meio a conjuntura delicada da guerra injustificada de Moscou, outro ponto de extrema atenção é o Mar do Sul da China. Já abordamos esse assunto por aqui uma série de vezes, pois, trata-se de um mar com grande importância à circulação marítima comercial e até mesmo militar, pelas águas internacionais. A questão é que a China reclama todo o mar, inclusive aquilo que pertence aos países ribeirinhos. Nesse ínterim, a sétima frota americana conduz exercícios nas águas internacionais, com forte contrariedade por parte de Beijing, que inclusive já atacou o mar territorial japonês. Washington recentemente anunciou o constrangimento que a China vem trazendo aos países na região. Nos últimos meses se acumulam, por baixo, três incidentes envolvendo caças chineses no espaço aéreo internacional australiano sob o Mar. A China tenta perverter o direito marítimo em detrimento de seu delírio expansionista, que deixou de ser delírio na verdade, com planos bem objetivos. As ações de Beijing trazem uma grande instabilidade à região, não só aos países reclamantes de suas porções, mas ao mundo todo, na medida em que por lá passam grande parte dos bens consumidos pelo Ocidente, sendo um hub importante às cadeias produtivas globais. As próximas ações de Washington serão muito importantes para dar o tom que essa intrincada relação dar-se-á em meio a uma conjuntura geopolítica complexa e desafiadora.

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