Sem rótulos, sem mentiras
O mundo passa por uma pandemia e o objetivo comum é a sobrevivência. Sofremos pela ameaça de uma doença epidêmica, ainda carregada de incógnitas e com rápida disseminação. O risco também é um desafio à humanidade, exigindo a união de esforços através da ciência. Dos procedimentos ambulatoriais às pesquisas em laboratórios, o conhecimento é a arma que dispomos nesse enfrentamento ao misterioso inimigo. O vírus não é uma ideologia e nem veste camiseta de nenhuma seleção. É simplesmente um vírus. E mata. Não há milagres para sua contenção e, por enquanto, o horizonte permanece nublado e não vislumbramos perspectivas concretas. A última pandemia conhecida por aqui foi a Gripe Espanhola que, não custa lembrar, teve origem numa base militar dos Estados Unidos.
Foi em 1918, quando sequer meus pais eram nascidos. A Espanhola passou e deixou um rastro de mortes. Agora, o mundo está em quarentena global. O momento é alarmante, sim! Hoje vivo uma situação inusitada, pois passo pela minha primeira pandemia. Tenho medo, não nego. Prefiro temer o desconhecido a desprezar os poucos conhecimentos já obtidos pela ciência. O momento exige esforços científicos, unidade entre os povos e um atento olhar na história. As pandemias deixam ensinamentos que não podem ser desprezados. Aposte no conhecimento e despreze o empirismo desequilibrado. Participe dessa luta. Para contribuir basta não pulverizar mentiras e outras inoportunas baboseiras de cunho político. Então, cante e seus males espante.
Brasília virou Kombi
Há algumas décadas, era rotina encontrarmos pelas estradas uma Kombi incendiando ou queimada. Agora Brasília lembra uma Kombi, pois está pegando fogo. Um incêndio que não foi causado por um simples curto circuito. Há explícitos interesses em ver o circo pegar fogo. Isso parte daqueles que não aceitam a convivência democrática, o diálogo e as regras que regem a sociedade. Como bem diria Leonel Brizola, são autênticos “filhotes da ditadura”. Ou, neste caso, já seria uma ditadura para os filhotes? Amigos de ontem, inimigos de agora. Em outras palavras, o governo sofre com a dilatação das fendas abertas pelos interesses pessoais. Faltam afagos e sobram gestos de desprezo. Inclusive os espirros. E dizer que nesta pandemia a Kombi que incendeia deveria ser a ambulância.
Comorbidades
Andava curioso, então fui ao dicionário, também conhecido como amansa-burros, para saber que comorbidades são duas ou mais doenças simultâneas que afetam o mesmo paciente. O novo coronavírus trouxe a expressão à baila. Curioso e um tanto mórbido, observo que alguns vocábulos estão em alta: comorbidades, pandemia, máscara, quarentena, álcool gel, sabonete, desinfetante, gripezinha, horizontal, vertical, isolamento, distanciamento, perdigotos, contaminação, transmissão, respirador, contingenciamento... Por favor, complete.
Emaranhado
Prefiro não opinar em época de Terra plana. Infelizmente, minha cabeça redonda ainda está em fase de achatamento.
Ratos
Estou intrigado com o desaparecimento das ratazanas nos canteiros centrais da Avenida Brasil. Contaminação? Ou canibalismo pela falta de alimentos em época de isolamento? Os ratos me deixaram com a pulga atrás da orelha.
Mau gosto
O mau gosto é simplesmente a ausência de gosto. Ou puro desgosto.
Trilha sonora
A dica veio de Itapema, através do amigo e colega jornalista Domingos Escobar. Um grupo de músicos espanhóis reunidos para enfrentar a pandemia com a arte: Resistiré 2020
Use o link ou clique - https://bit.ly/3cWQl7a
https://youtu.be/hl3B4Ql8RtQ