Máscaras
Estamos todos usando máscaras nesta pandemia. Para proteger, enganar ou esconder não faltam máscaras. Afirmo que até destacam a elegância das mulheres, pois observo que desfilam lindas mascaradas pelas ruas. Isso demonstra que não se perde a graça nem mesmo numa pandemia. Com o rosto encoberto há uma dupla proteção, pois, além do vírus, olhares indiscretos também são rechaçados. É assunto essencial nas conversas. E o vil metal não perde tempo: promoções e ofertas abundam para proteger rostos. Cirúrgica ou de pano? Ah, é claro, não poderia faltar o chiclete grudento da influência anglo-saxônica e temos a ‘face shield’! Chique ou singela é uma indispensável proteção. Porém, inacreditavelmente, muitas pessoas vêm utilizando a máscara no pescoço.
Outras deixam pendurada na orelha. Será que não sabem que, além da sua defesa, a máscara é indispensável para proteção dos outros? Pela maneira como a máscara é utilizada, podemos fazer um paralelo entre educação, decoro e bom senso. Mas, vale lembrar, a máscara acompanha a humanidade há milênios. É retratada em pinturas e esculturas, lutou em batalhas, encantou nos teatros, fantasiou nos bailes e protegeu no trabalho. Também é artifício escuso quando utilizada para atos suspeitos ao tapar os rostos de criminosos. É instrumento para mascarar a realidade, abafando a informação e acobertando a verdade. Porém, a história demonstra que um dia a máscara cai. Meu temor é em relação aos adeptos da máscara de morte. Assim, compreendemos que a máscara trilha caminhos que vão da elegância à insensatez.
Laives I
Vira e mexe e está todo mundo falando em ‘lives’. Prefiro ir pelo meu ouvido afinado com o Lácio que interpreta como laives. É a expressão da moda e todo mundo está fazendo laives durante a pandemia. Laives de músicos, de desportistas, políticos, shows, discussões, gastronomia e as mais inusitadas apresentações. Já temos agendas com as laives do dia e da semana. Um infinito cardápio eletrônico é disponibilizado através de redes sociais. Mas, para simplificar um pouco, vamos à origem para não nos esquecermos de que o significado é antigo. Simplesmente é uma transmissão vivo. Algo até corriqueiro para os dias de hoje.
Laives II
Então, aqui nesta segunda laive, lembro que isso foi novidade no final dos anos 1960, quando alguns programas da TV Tupi eram transmitidos ao vivo para todo o Brasil. Tirando o ufanismo reinante em época de exceção e milagre, não era para todo o Brasil, já que áreas remotas como a Amazônia ainda não recebiam o sinal ao vivo. Para mim é velha conhecida, pois aos 11 anos de idade já apresentava um programa infantil na Rádio Erechim. Ao vivo! Sim, eu já fazia laive naquela época. E, por décadas, nunca deixei de fazer laives ao microfone. E ouvir. Bons tempos em que meus ouvidos eram acariciados pela locução comercial ao vivo da Rádio Guaíba. Saudades daquelas laives.
Estacionamento
Por que será que insistem em desrespeitar o estacionamento na denominada Área Azul? É pago, por um tempo limitado para que haja rotatividade de vagas. Tanto que também é conhecido como estacionamento rotativo. Mas sempre surge algum espertinho de má-esperteza para tirar proveito. Observo que, no coração da Avenida Brasil, há quem estacione o carro no início da manhã e deixe-o até o final da tarde. Praticamente todos os dias no mesmo local. Ora, se as vagas são rotativas e pagas, como isso é possível? E, se permitido por alguma razão que desconheço, é no mínimo um desaforo.
Trilha sonora
B.J. Thomas com Ray Stevens e um clássico de Burt Bacharach: Raindrops Keep Fallin' On My Head