OPINIÃO

Recordações insólitas

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Se já não bastasse às adversidades causadas pela pandemia do coronavírus parte do RS e SC foram atingidos na terça-feira (30), por um “ciclone bomba”. Além de provocar a morte de pelo menos dez pessoas e desalojamento de centenas de famílias, os fortes ventos causaram destruição de monta. Somente na área atendida pela RGE cerca de 130 mil usuários ficaram sem luz. Na região, além de Erechim e Getúlio Vargas, as duas maiores cidades, outras tantas tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompida por mais de 15 horas. As informações mais otimistas eram de que o reestabelecimento da energia elétrica se daria até a meia-noite. Os mais precavidos providenciaram lanternas, pilhas, velas e gás para os lampiões, já que as baterias das luzes de emergência dura em média seis horas.

II - Na medida em que a noite foi caindo, as ruas da cidade foram se esvaziando. Sem sinal de telefone e internet o jeito foi procurar o rádio à pilha guardado numa gaveta. Foi possível sintonizar apenas uma estação da cidade de Sananduva. Entre uma rodada de músicas e os tradicionais reclames publicitários, parcas informações sobre a meteorologia, aumentando ainda mais as incertezas quanto à madrugada. Nas ondas só o esquecido chiado e descargas provocadas por raios. Nos 25 metros o fraco sinal de uma rádio argentina. A luz de velas o preparo do jantar, compartilhado a mesa pela família. Para os mais jovens uma experiência inédita, sem as habituais consultas as redes sociais. Para os demais o retorno ao passado, quando as conversas sobre o dia-a-dia não eram interrompidas pelo noticiário e a novela da TV.

III - Pela janela a escuridão das ruas, quebradas pelo lume das velas que escapam entre as cortinas. Louça lavada com o que restou no reservatório, o retorno à conversa. Como seria viver sem energia elétrica? Entre o questionamento e as respostas, um curto, mas significativo silêncio. A revelação acerca do pioneirismo da Cooperativa de Força e Luz de Quatro Irmãos, a primeira do Brasil, fundada em abril de 1941 pela Jewish Colonization and Association (Ica), atiça a conversa. Neste mesmo ano a cidade de Getúlio Vargas, contava apenas com a energia produzida pelo gerador movido pelas águas do Rio Abaúna. Foi somente em 1957, quando a Usina Ernestina entrou em operação, é que o abastecimento de luz passaria a ser feito pela Companhia Estadual de Eletrificação (Ceee). Esgotado o momento “recordar é viver”, todos alegam estar com sono. E pontualmente às 20h reina o silêncio, quebrado pelo som do vento e da chuva.

Curtas:

# Desde a manhã de quarta-feira (01) a Câmara de Vereadores de Getúlio Vargas é presidida pelo decano Elói Nardi (PP).

# A transmissão do cargo, ocupado no primeiro semestre pelo vereador Domingo Borges de Oliveira (PP), ocorreu devido ao pedido de licença do mesmo.

# Esta é a nona vez que o vereador Nardi assume a presidência da casa legislativa instalada no nº 681 da Rua Irmão Gabriel Leão.

# O vereador progressista esteve a frente da mesa diretora nos anos de 1990, 1992, 1995, 1997, 2000, 2005, 2010 e 2012.

# Márcio André do Prado, titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, de Getúlio Vargas atendeu a convocação do poder legislativo.

# Ele compareceu a sessão realizada no dia 25 de junho, quando esclareceu supostas irregularidades em relação a poluição dos rios do município.

# As perguntas precisaram ser enviadas com antecedência ao secretário, atendendo ao pedido da convocação feita pela bancada governista.

# Em relação ao monitoramento dos rios informou que ele é feito em pontos estratégicos para observar possíveis anormalidades.

# O integrante do governo Soligo/Pasa falou acerca do projeto piloto que auxilia a contenção de resíduos flutuantes instalado próximo da barragem de captação da Corsan.

#E ainda sobre a implantação do chamado plano de controle e monitoramento ambiental do Rio Abaúna, Rio Paulo e Arroio Ribeiro.

# Na sessão do legislativo ocorrida na noite de ontem (02), os vereadores apreciaram e votaram apenas um projeto de lei enviado pelo executivo.

# O projeto dispõe sobre as sanções administrativas aplicáveis pelo descumprimento das medidas urgentes determinadas para contenção e enfrentamento da epidemia de coronavírus, no município de Getúlio Vargas.

Dito & Feito

O município de Ipiranga do Sul decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do ex. prefeito Waldecir Tonial, ocorrido em sua residência na cidade de Getúlio Vargas no domingo (28). Natural do município, Tonial tinha 77 anos, foi vice-prefeito de Ipiranga do Sul entre os anos de 1989 e 1992 e prefeito no período seguinte. Advogado por mais de quatro décadas deixa a esposa Ivani e os filhos Alcione e Sandro.

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