A indústria frigorífica, fortemente significativa para a economia do município de Passo Fundo, sofre rigorosa remodelação. As interferências no sistema de prevenção e defesa sanitária, a bem da verdade, já eram previstas há mais tempo. Antes do abalo da pandemia do Covid-19. A crise abateu as indústrias de todo mundo. Nos Estados Unidos o surto coronavírus pôs em choque os interesses da produção e empregos, gerando até protestos contra a interrupção com cenas de violência. Como foi apurada a necessidade de reestruturação da planta industrial e toda a base logística nos espaços de trabalho está em processo urgente, indispensável. A ferocidade do vírus precipitou os acontecimentos a uma modificação da estrutura física, exigindo novas instalações na descontaminação. Além da inserção dos testes permanentes dos funcionários, foram revistos distanciamentos nas salas de corte e aeração geral do ambiente. Tudo isso representa investimentos definitivos de custo para a produção. A fiscalização dos órgãos sanitários, especialmente o Ministério Público do Trabalho estão em maratona efetiva com os demais órgãos de saúde pública. Enfim, uma nova engenharia sanitária de urgência gerou suspensão temporária das atividades para retomada com significativas alterações. Embora com alguma previsibilidade, a velocidade e intensidade de propagação do vírus compeliram as empresas do setor a rápida e importante modificação técnica, com reflexo nos custos.
Mercado em alerta
A atenção do setor de abate e transformação de aves, suínos e bovinos, já enfrenta crise. No Brasil são 64 unidades na produção de carnes e no momento são apenas quatro inabilitadas à exportação, ainda que transitoriamente. Passo Fundo foi afetado e está promovendo as medidas para a retomada. Na fala de Francisco Sérgio Turra, que preside a Associação Brasileira de Proteína Animal, há mobilização ágil para equacionar as dificuldades. Serão evidenciadas muitas mudanças com reflexos em todo o setor. No desdobramento das providências sanitárias, as exigências de exportação e consumo interno do país, não há opção a não ser o forte investimento, felizmente suportável por se tratar de setor da boa atividade e renda, mesmo no período de pandemia. Turra acredita que há saída viável, mesmo com a retração do consumo mundial. Que os entraves não sejam um tombo que afete a cadeia de produção de frangos, gado e suínos.
Crime nas águas
A onda inescrupulosa de crimes de falsidade e corrupção no momento em que tudo se concentra no combate ao Covid aumenta a dor de tantos abalos. A corrupção na compra de remédios e equipamentos agrava a pertinácia destruidora. A polícia, pelo menos, tem mostrado eficiência no encalço do crime organizado em plena pandemia.
Agora surge a quadrilha que adultera produto essencial no tratamento da água potável. O perigo aflige uma população paulista em torno de 20 milhões de pessoas. Transportadores terceirizados roubam o hipoclorito de sódio, especialmente destinado à estação de tratamento de São Vicente SP. O produto essencial no tratamento de água afronta todos os princípios de atenção à saúde pública. É terrível a ousadia assassina.
Doença e morte
Estamos vivendo o mais terrível ciclo de insegurança sanitária por causa do coronavírus. Não bastasse, a corrupção no uso de recursos públicos, os escândalos do crime ambiental, o abuso nos preços dos remédios, deparamo-nos com ações catastróficas de quadrilhas que não respeitam a água, fonte de vida. O medo inevitável e a tensão do isolamento no combate à doença invisível e falta de recursos para a sobrevivência familiar da grande maioria do povo, tudo isso afeta gravemente a mente das pessoas. Os números assolam corpo e alma; a morte de milhares não é apenas número, é morte! Ao mesmo tempo vemos agentes que se dizem líderes, alheios a tudo. Alguns, apoiados por esquizofrênicos fanáticos negativistas da mídia, insistem em atropelar o empregado fazendo pressão para que enfrente o trabalho. Os mandantes, nos casos mais radicais, incitam sem oferecer garantias mínimas a quem se aventura ao trabalho. Eles, mandantes, usufruem de condições, atenção médica, água, alimento, espaços residenciais e até mordomias, para se defender do vírus. É evidente que queremos produzir, mas não agredidos por pressões já conhecidas.