A pandemia chegou de forma avassaladora. Além dos efeitos imediatos na saúde, gerou testes em diversas frentes: hábitos de consumo, estilos de vida, fé, solidariedade, valores sociais, entre tantas outras. Será um elemento definidor desta e, principalmente, da próxima geração.
Tudo isso surgiu num momento quando a tecnologia nos permite observar ao longe de maneira imediata. Um enorme contingente da população está conectado e, apesar de muitas fronteiras físicas terem se fechado, estamos ligados a todo o mundo. Observamos em tempo real os efeitos da pandemia, a batalha por uma vacina, o que está dando certo e o que dá errado no combate à doença.
Neste momento, mais de sete milhões de casos de coronavírus já foram registrados. Nossa geração nunca enfrentou um desafio de tamanha magnitude. Os impactos serão sentidos por muitos anos. A prometida década de desenvolvimento econômico e social talvez fique apenas na promessa. Será um tempo de reconstrução.
Ainda tateamos no escuro enquanto fazemos a travessia. Mas precisamos pensar: que país e que mundo seremos lá na frente? Que soluções e inovações destes tempos vamos incorporar à rotina? São perguntas que, talvez, não consigamos responder agora. Mas deverão ser objeto de nosso planejamento de longo prazo.
O primeiro aspecto, mais evidente, é reforçar a rede de assistência, para garantir que haja saúde e acolhimento à nossa população em outra emergência. A educação também deve ser repensada, para assegurar a estrutura necessária às aulas a distância, um desafio para alunos e professores.
No mundo do trabalho, o home office veio para ficar. As ferramentas tecnológicas mostram que muitos negócios podem ser tão efetivos nesse modelo como nas atividades presenciais. As relações trabalhistas passam, cada vez mais, do analógico para o digital. Empresas e colaboradores precisarão se adaptar a esse novo normal.
Será, também, momento de renovação das gestões. Exigirá ponderar bem sobre nossas escolhas. As decisões que tomamos impactam na vida de nossa comunidade, estado e nação. Podemos ter divergências, mas é necessário compreender a necessidade da união pelo bem comum.
Perseverança, maturidade, diálogo, empatia, sabedoria: são palavras-chave para essa travessia que todos faremos. Aonde — e como — chegaremos dependerá do que fizermos com esses valores. Que nossas escolhas nos conduzam para dias melhores e para uma realidade em que as lições da pandemia tenham surtido efeito.
Adriano José da Silva - [email protected]