Calma, ainda não acabou!
Em matéria de pandemia ainda somos incipientes. Ou irresponsáveis. Observem o que tem de gente circulando por aí sem máscara de proteção. E, pior, andando em bandos. Por que fazem isso? Entendo que alguns agem movidos por uma ansiedade pelo fim da pandemia. Outros são os incautos apressadinhos que, de olho no calendário, acreditam que a peste já acabou. Mas uma boa parcela é simplesmente pela mais consistente ignorância. E, dentre esses, ainda temos os movidos por um negacionismo instigado. Porém, independente de suas motivações, todos estão errados. E, como a questão envolve a saúde coletiva, esses gestos também são criminosos, pois, direta ou indiretamente, colocam em risco outras pessoas. Teoricamente, já passamos pelo pico e há uma curva apontando para uma queda no número de novos casos. Mas isso não significa que a pandemia terminou. A mesma curva que subiu começa baixar. O momento é tão ou mais delicado do que antes, pois exige cuidados redobrados para não termos uma recidiva, que é uma condição ainda menos conhecida.
Não é reclamando das cores das bandeiras que vamos diminuir a disseminação de um inimigo invisível. Não é desafiando regras sanitárias básicas que enfrentaremos uma enfermidade epidêmica. Não é politizando o vírus que encontraremos a imunização. Não é desacreditando a ciência que teremos descobertas promissoras. Não é dando de ombros para a realidade que mudaremos a condição em que estamos. Não é com má-educação que conquistaremos bons resultados. A pandemia ainda não acabou! E sequer podemos prescrever quando e como acabará. Portanto, calma, canja de galinha, lave as mãos e use a máscara.
Fatos chatos
Entre a minha chatice e os fatos que observo, parece que estamos descendo em marcha à ré pela contramão na subida da Avenida Brasil. Vejo que os enormes caminhões ainda cortam a cidade. Descarga aberta, especialmente em caminhonetes, até parece obrigatoriedade. Ruidosas baladinhas clandestinas persistem na Avenida. Esse barulhento cenário da má-educação me leva a crer que o ser humano não quer melhorar. Ao contrário, prefere regredir.
Ostentação
Na semana passada encomendei um pedaço de charque da Quitanda. Seria para colocar no feijão ou preparar com moranga refogada. Mas, como o charque é uma carne, caí em tentação. Tomei coragem, abri um pacotinho de arroz e preparei um carreteiro. Sim, com arroz! Pura ostentação e com direito a selfie da primeira garfada.
A voz e os cabelos
A minha voz continua a mesma, mas dá sinais das consequências pelo excesso de gelo no copo y otras cositas más. Então, como naquele antigo comercial do xampu Colorama, busco compensar com os meus cabelos. Coube ao Joabel Alban a criação de um novo visual. O look, segundo Jojô, é um dégradé para a primavera. Na prática, uma moldagem preparatória de algo ainda mais arrojado para o verão. Então, quando eu passar, não achem graça. Apenas suspirem.
Iracélio
Com o Acioly em absoluto isolamento social, Iracélio assumiu o comando do grupo que frequenta a mesa número dois do Oásis. É lá que ele destila a sua mais profunda e articulada sabedoria. Jota Negrinho, Ricardo, Camargo, Joãozinho e Carlinhos ficam de orelha em pé com as tiradas do Iracélio. Essa semana largou mais uma de suas conclusões bombásticas. “Veneno e facada são tragédias inócuas e já fazem parte de anos eleitorais”. Inócuas? Ah, esse Iracélio andou tomando sopa de letrinhas preparada pela Tânia.
Trilha sonora
De Jorge Benjor com o grupo esloveno Perpetuum Jazzile - Mas Que Nada