OPINIÃO

Teclando - 30/09/2020

Censuradores de ontem, deturpadores de hoje

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Censuradores de ontem, deturpadores de hoje

Ano eleitoral. Junto com os candidatos, desembarcam as campanhas eleitorais com suas limitações e exageros. Para os mais novos e, especialmente, àqueles que ainda não acreditam em censura, é necessário refrescar a memória. No Brasil já tivemos a Lei Falcão, criada pelo ministro Armando Falcão, em 1976, no governo Geisel. Para frear o crescimento da oposição, restringia as manifestações dos candidatos no horário eleitoral gratuito. Ridicularizada em prosa e verso, permitia apenas a aparição de uma fotografia do candidato na TV, enquanto uma voz em off dissertava seu currículo. No fundo era até divertido, especialmente pelas besteiras que desfilavam na vida pregressa dos postulantes. Censura, explícita ou velada, era uma coisa. Já as limitações legais ou a falta de contenções são aspectos bem diferentes.

Campanha política não pode ter censura, mas requer limites para evitar abusos e atos sem-noção. E, pelo que observo, esse é o grave problema de agora. Alguns apostam na libertinagem das redes sociais, principalmente aqueles que já estão habituados à proliferação de mentiras plantadas. O uso das redes, como qualquer outro meio, é aceitável. Determinar que os partidos e seus candidatos cumpram algumas regrinhas é fácil. Porém, como controlar os incontáveis dedos que digitam pelas redes? Convivemos com a libertinagem digital explícita, onde prevalece a falsidade ideológica. É o mesmo que perverter a mais explícita prostituição. E nada justifica o fato de que os censuradores de ontem sejam os deturpadores de hoje. Agora, quando abro uma dessas páginas de redes sociais, já despencam os santinhos virtuais. É o equivalente aos papéis de muitas décadas. Então, isso também significa que a sujeira saiu das ruas e invadiu as redes.

Pai Magno

Babalorixá Carlos Magno comemorou os seus 50 Anos de Assentamento de Oxalá. Em época de pandemia, a celebração alusiva foi discreta e restrita. Além disso, a casa está em luto pela morte do tamboreiro Passarinho de Bará. Muitas flores brancas para Oxalá, rosas azuis e brancas para Iemanjá e flores amarelas para Oxum enfeitaram o Quarto de Santo. Parabéns, Painho, por uma vida inteira dedicada à religião, orientando e distribuindo bons fluídos entre seus filhos. Asé.

JB

Houve um distanciamento inicial, eu aqui e ele no Rio de Janeiro. Mas sempre respeitei a linha do JB e a sua trajetória. Com o tempo fui conhecendo melhor o JB e deixando meu bairrismo de lado. Assim, também assumi explicitamente a condição de seu fã. Nada a ver com o escocês engarrafado ou com o ex-presidente JB Figueiredo. Falo do legítimo JB – o Jornal do Brasil, cujas páginas em papel e tinta estão, agora, digitalizadas. Sim, antes, encontrava o JB na Revisteira Central. A Lorena e o Aldrian reservavam-me as edições dominicais, que traziam a maravilhosa revista Domingo. Assim, além de fã do JB, também era fã da JB – a Rádio Jornal do Brasil. Mas essa paixão merece outro papo. Saudades do e da JB.

Baladinha

A fiscalização deu um pito na turma da baladinha clandestina da Avenida Brasil. Temporariamente, a junção parou. O risco é que a barulheira retorne. Se, por um lado o ato de fiscalizar parece antipático, por outro é necessário. Sim, a necessidade advém da ilegalidade ou má-educação dos próprios fiscalizados.

Coleta seletiva

Os caminhões passam duas vezes para recolher o lixo dos contêineres. Uma para o material orgânico, outra para o reciclável. Também separo o meu lixo. Fico decepcionado quando vou depositar, pois constato que a maioria das pessoas mistura tudo. O destaque do lixo dos mal-educados fica por conta do isopor, que entope os contêineres de cor laranja. Se alguém ainda não sabe, os laranjinhas são para o lixo orgânico!

Iracélio

Desculpem-me. Hoje, não teremos Iracélio.

Trilha sonora

Zizi Possi e Luiza Possi, de Chico e Sivuca, João e Maria


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