OPINIÃO

Ser o que se é! Qual o problema?

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Políticos que dizem que não são políticos, que não tem vínculos partidários e que não tem lado. É o que se vê por aí. Mais do que uma contradição ou incoerência, um desserviço à democracia. Políticos são políticos e não podem negar o meio em que estão. Para ser político, no sistema brasileiro, ele precisa estar vinculado a um partido político. E a filiação ao partido, geralmente é feita seguindo linhas programáticas e ideológicas. Portanto, escolhem um lado e podem se agrupar a outros lados. Políticos são políticos, tem partido e tem lado. A neutralidade que dizem ter para conquistar o eleitor é pura ilusão e a maior demagogia de uma campanha, que em nada contribui para o debate de ideias, de projetos e propostas para uma cidade. Assumam que são políticos, que fazem política, que tem partido e posições. Assumam que são o que são e deixem o eleitor escolher.

Estratégias

Hoje completa uma semana da propaganda eleitoral gratuita de rádio e TV e já deu para perceber que ela será muito importante na decisão do eleitor. Os quatro candidatos a prefeito de Passo Fundo, com maior tempo, se preocuparam em levar para este espaço um material de qualidade. Páreo duro para quem decide o voto com este olhar. Mas também já ficou claro que os candidatos estão bem posicionados em relação às suas estratégias e que tem cartas na manga para as próximas semanas. Na TV e no rádio, jingles empolgantes, sentimentais, passagens bem produzidas, frases de efeitos e apresentações necessárias. Ainda pouco sobre planos de governo. Mas isso e na TV e no rádio.

Disputa de liminares

Nos bastidores, uma guerra já estabelecida e que é natural em qualquer campanha. Há uma disputa de liminares na Justiça Eleitoral, focando justamente na propaganda gratuita. Cada segundo, cada post nas redes sociais em desacordo é motivo para uma representação. Já foram várias. A aposta da própria Justiça de que o controle para evitar abusos se daria, em primeiro lugar, entre os próprios candidatos e partidos, está funcionando.

Pesquisa

Das liminares da semana: Movida pelo PSB, uma suspendeu divulgação de pesquisa eleitoral por parte do candidato Márcio Patussi, PDT, em horário eleitoral gratuito, por não constar as informações estabelecidas pela legislação e determinou a retirada do conteúdo em redes sociais.

Montagem

Outra decisão, determinou a retirada de publicação nas redes sociais de uma montagem utilizando cenas de um filme sobre Hitler, qualificando determinados partidos como sendo de esquerda e ligados ao líder do nazismo e ditador da Alemanha. O conteúdo foi compartilhado pelo candidato Cláudio Dóro, do PSC, na Página Passo Fundo Direita. Nesta decisão, a Justiça determinou ainda que o Facebook identifique número do IP da conexão usada para realização do cadastro inicial da página e que disponibilize os dados cadastrais do responsável. Essa ação também foi movida pelo PSB

Tempo

Em outra representação, movida pelo PDT contra o PSB, a Justiça determinou a retirada de conteúdo da propaganda de TV e Rádio em que aparecia o prefeito Luciano Azevedo. O prefeito extrapolou o tempo máximo de uso de sua imagem na inserção do candidato Pedro Almeida. A legislação determina que a aparição pode ocorrer em 25% do tempo da propaganda. No caso específico, ele teria chegado a 27%.

Separação litigiosa

A juíza da 33ª Zona Eleitoral, Lisiane Sasso não aceitou a representação movida pelos candidatos a vereador do PSL de Passo Fundo, que pretendiam se descolar da campanha do candidato a prefeito Lucas Cidade, PSDB. Na representação, os candidatos pediram a retirada da imagem de Cidade do Plano de Fundo do horário eleitoral da proporcional, exibido pela televisão. Também pediram a supressão de tempo da majoritária do tempo da proporcional. Alegaram que não autorizaram menção à candidatura majoritária no vídeo de propaganda da proporcional, nem uso de imagens, nomes e números em apoio. A juíza entendeu que eles não têm legitimidade ativa para pleitear o direito. As convenções são feitas pelos partidos e na do PSL constou a obrigação dos seis candidatos a vereador de fazer campanha para a coligação na majoritária.

Quando tudo começou

Vamos lembrar que essa contrariedade começou na pré-campanha eleitoral. A antiga direção estadual do PSL fechou acordo com o PSDB para estar coligado em 14 cidades gaúchas, entre as quais Passo Fundo. Isso inviabilizou a candidatura própria do partido à prefeitura Só que a executiva provisória foi substituída há 15 dias. Saiu o deputado estadual Nereu Crispim, com quem o PSDB acordou as alianças, e assumiu o deputado estadual Ruy Irigaray. Ao jornalista Políbio Braga, Ruy disse que manterá todos os acordos eleitorais firmados. Ao mesmo tempo, também anunciou uma economia a partir da revisão e renegociação de contratos para as eleições, na ordem de R$ 2,17 milhões e está criterioso na liberação do Fundo Eleitoral aos candidatos. A nova composição da diretoria tem como tesoureiro o procurador do Estado Rodinei Candeia. 

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