OPINIÃO

Teclando - 18/11/2020

Em busca do equilíbrio

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Em busca do equilíbrio

Nos últimos 44 anos, Passo Fundo havia elegido quatro vereadoras o que significava uma média de uma a cada 11 anos. Já neste ano, momento em que não temos sequer uma mulher na Câmara, quatro candidatas conquistaram suas vagas. Indiscutivelmente, o resultado é significativo e de enorme importância sócio-política. Mas, ainda, são necessários outros parâmetros para realçar a realidade. Ora, as quatro vereadoras para 21 cadeiras significam apenas 19% das vagas. O eleitorado feminino representa 53,7% dos eleitores passo-fundenses. Pela mais simples lógica das proporcionalidades, elas deveriam ocupar 11 vagas. Poderiam ser 10 ou 12, dentro de uma harmônica oscilação igualitária.

Mas o crescimento, ou melhor, a equiparação do espaço das mulheres não pode ser medida apenas pelo número de vereadoras eleitas. Não encontrei um comparativo na Justiça Eleitoral e, então, somei pelo olho a votação obtida pelas mulheres. Em 2016 foi em torno de 10 mil votos e este ano aproximadamente 30 mil. Isso, empiricamente, significa um aumento de mais de 200%, levando-se em conta que em 2020 foram 10 mil eleitores a menos. Assim como neste ano a colega Ingra Costa e Silva ficou de fora com 1.242 votos, na eleição anterior também não obtiveram vaga Jozelina Almeida (1.236) e Eva Lorenzato (1.233). Detalhes à parte, em 2020 as mulheres obtiveram muito mais votos, especialmente nas cidades maiores. Bom sinal. Porém, fico pensando em que ano teremos uma Câmara com 11meninas e 10 meninos? Não é guerra dos sexos e nem Clube do Bolinha versus Clube da Luluzinha. É apenas o necessário equilíbrio da representatividade.

Bokinha

Soube, através de fonte confiabilíssima, que no início de dezembro o nosso velho e sempre jovem Bokinha reabrirá as portas. O Boka é o Boka, tudo bem e não tem discussão. Mas o Bokinha carrega a alma daquele velho Boka dos primórdios da Independência, que está esculpida em nossas lembranças com personagens descritíveis e indescritíveis. É um misto de vanguarda, intimidade e nostalgia com um toque underground que nos carrega aos velhos anos 1970. Mas, neste X-Bokão comportamental recheado por todas as tribos, agora é point dos jovens carecas aos antigos cabeludos com mentes bem ventiladas. Abrangência na pauta que vai do papo-cabeça, bate no futebol, repica na política e dá suspiros para o amor. A reabertura será saudada com entusiasmo pelos ‘bokinhistas juramentados’. Com certeza, um pit-stop obrigatório na chegada ou na saída da Independência. Porém, no meu caso, é mais uma tentação para um obediente respeitador do isolamento social. Será que desta vez eu resisto?

Lá e cá

Antigamente, os cenários nacional e estadual tinham influência ínfima nos pleitos municipais. E vice-versa. A briga nacional era uma, a local era outra. Até porque as disputas municipais estão bem mais próximas, as pessoas envolvidas convivem com a gente. Asfalto ou buracos estão em frente às nossas casas. Ora, então a eleição municipal propicia um sentimento mais intimista e tem suas peculiaridades que saltam do cotidiano. Já estado e país parecem cenários distantes. Mas, em ano pandêmico, parece que uma espécie de sentimento de ódio mudou um pouco essa tradicional relação eleitor/voto local. Mas por aqui não afetou o resultado final. Aliás, fechando oito anos de mandato, não faltou competência ao prefeito Luciano Azevedo para eleger o seu sucessor Pedro Almeida.

Iracélio

Mal terminou a apuração, Iracélio foi às redes sociais para informar que os seus candidatos não se elegeram. E, como um gentleman, cumprimentou os eleitos. “Tão pensando que aqui é terceiro mundo. Nada disso, nós é que somos um exemplo de democracia para o universo”. Certíssimo, Iracélio. Certíssimo.

Trilha sonora

É das antigas, da dupla Roberto e Erasmo, foi sucesso com o Tremendão. Mas é daquelas que não terminam e reaparecem a cada instante. Zizi Possi - Sentado à Beira do Caminho


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