O lado ilegítimo do direito de manifestação e liberdade de imprensa tem degringolado, nos órgãos de divulgação e nos múltiplos meios de comunicação eletrônica. O fanatismo religioso e o fundamentalismo político são vícios que vicejam de forma assustadora. Os principais prejuízos retornam imediatamente ao todo da sociedade. O desmonte do espírito crítico causa horrores. O problema se agrava progressivamente no momento de tantas incertezas e pavores da pandemia. Pessoas equilibradas não suportam mais ouvir mensagens prestidigitadas pelos defensores do negacionismo em relação à doença que nos atormenta. As mentiras invadem as mais sagradas instituições sem qualquer piedade. O próprio presidente vem promovendo irresponsabilidades. Logo ele, que deveria ser o principal agente na orientação social. Piadas sem graça, eivadas pelo cinismo, são ditas pelo principal servidor público que deveria liderar o ânimo dos brasileiros para enfrentar essa difícil fase. Agora, como foi desmascarado na versão “gripezinha”, desaconselha o povo a vacinar-se, diante da tão esperada oportunidade que chegou a outros povos. Com isso vemos mensagens dolorosas de descrença ditas por pessoas que frequentam os meios de comunicação. Sem qualquer razão técnica, querem desmoralizar a vacina. Isso tem chegado a importantes meios de comunicação, protagonizado por negações jornalísticas que versam irresponsavelmente sobre o mais grave problema da humanidade, a Covid-19. E faço aqui uma ressalva aos bons comunicadores. Ontem ouvia o amigo Regis Leonardo e a Ieda na Uirapuru. A emissora do interior tem sido corajosa e persistentemente séria na divulgação dos fatos sobre a pandemia. O mesmo não acontece em redes de TV que apresentam situações comprometedoras desvirtuando, sem motivo plausível, a seriedade da ciência médica e farmacêutica. Alguns espalham desconfiança na vacina de modo desvairado, incluindo os arroubos de fanatismo contra pesquisa credenciada, que tem como motivo apenas as ilações ideológicas do país que dá origem à vacina apresentada para o crivo da ANVISA. É certo que são necessários cuidados ente as incertezas que de tudo o que nos chega, do ponto de vista científico. O desmerecimento desvairado à pesquisa está em fúria, com maldade e mentiras. Então, muito cuidado!
Natal
A celebração do Natal está inserida nos costumes com forte conotação presença mercantilista, além do sentimento básico de humanidade. O evangelho narra a cena do nascimento de cristo com o realismo entre os povos. Os três visitantes, que chamamos de reis magos, eram estudiosos da astronomia, ocupados em decifrar o destino dos humanos. Eram observadores das novidades e dedicados às promessas de esperança de uma grande liderança. Não eram reis, mas espécies de sociólogos que observavam os astros. Eles acreditaram na estrela que os o guiou até o mais improvável local onde Maria deu a luz a um menino destinado a mudar o conceito de convivência da humanidade. A simplicidade e carência de recursos humanos no acolhimento de Jesus refletem a persistência da realidade social vivida ainda hoje. As dificuldades evidentes de quem nasce pobre, e a capacidade de mudar o próprio destino. A pandemia reduz todo o aparato externo da festa de Natal. O que se pode depreender é que existe motivo maior que as aparências para celebrar o nascimento, ou renascimento. Cristo enfrentou a sina do ódio com o mais expressivo gesto de amor. E deu sua vida! Mais do que a menção efêmera aos pobres, que não têm ceia de natal, Cristo ouvia, fitava e sentia compaixão para com as pessoas, especialmente os mais humildes. O Natal verdadeiro é atitude de todos os dias, onde temos que nos importar com os outros.
Vai demorar
Mesmo com a vacina não há milagre no combate à pandemia. A cura da doença será de muita paciência. No momento o que importa é que há esperança. A mente das pessoas, os surtos emocionais e até a crença será reavaliada. O prejuízo financeiro é evidente, já tivemos momentos mais difíceis, que foram equacionados. Vejam só. Mesmo sabendo como deve funcionar a prevenção, estamos todos sentindo o cansaço. Cuidado, portanto, com a mentira. Ela faz desabar a crença, essencial na luta pela recuperação.