Um ano novo já começou, mas não como um dispositivo que podemos reiniciar deixando o que não interessa mais para trás. É um novo ciclo que inicia, com muita esperança de que seja melhor e mais leve, mas ainda carregando muitas bagagens de 2020.
Para o mercado imobiliário, 2021 começa carregando os bons frutos que começou a colher em 2020. Como em todos os anos, o crescimento é sempre esperado, mas neste, em especial, a expectativa não se resume apenas em otimismo, mas sim em todo o contexto que ainda estamos vivenciando e que também é projetado pela maioria dos especialistas. Por muito tempo o segmento sofreu com duras consequências da crise política e econômica, então o que se enxerga daqui pra frente é um horizonte mais favorável ao crescimento e à consolidação de investimentos. Sem disputas eleitorais, este não será um ano político, o que já contribui muito para um clima mais estável no país. Economicamente falando, também não são esperadas grandes surpresas. A Selic, por exemplo, deve sofrer uma leve correção e se manter na faixa dos 3% ao ano, favorecendo muito a tomada de crédito com juros baixos.
Falando nisso, o que não faltou em 2020 e promete não faltar em 2021 é crédito no mercado imobiliário. A disponibilidade é grande e possui várias vertentes. Uma delas, a própria caderneta de poupança que, até o último balanço de 2021 levantado pela ABECIP e pelo Banco Central, já havia aumentado em 16,6% sua captação líquida. Com mais dinheiro à disposição, fica mais fácil também a contratação de financiamentos imobiliários, um movimento muito comemorado em 2020 e que deve continuar em 2021.
O mesmo vale para os juros que despencaram no último ano. Com dinheiro à disposição, os bancos têm travado uma disputa acirrada para conquistar novos clientes, seja na aquisição de imóveis ou na portabilidade de contratos já existentes. O que alguns especialistas acreditam é que o resultado de uma Selic baixa e de uma forte concorrência entre as instituições financeiras deve consolidar uma nova era de juros mais equilibrados. Se essa previsão realmente se concretizar, teremos um cenário perfeito para quem traçou como meta a aquisição de imóveis, seja para moradia ou mesmo para investimento.
Há também uma expectativa muito grande não só do mercado imobiliário como de diferentes setores da economia por ajustes fiscais e pela efetivação de reformas muito importantes para o equilíbrio das contas públicas do país, que infelizmente ainda estão estacionadas no Congresso. Com um aumento muito expressivo da dívida em relação ao PIB no último ano, o ajuste fiscal é um fator condicionante para garantir emprego, renda e poder de compra em 2021.
Não podemos esquecer, é claro, de outra bagagem muito pesada que continuamos carregando do último ano que é a pandemia do novo (mas nem tanto) coronavírus. Mesmo registrando um grande número de infectados e, infelizmente, de óbitos, podemos dizer que entramos em 2021 um pouco mais confiantes em relação a isso. Ao contrário de um ano atrás, começamos um novo ciclo conhecendo melhor o inimigo e como enfrentá-lo. Com uma perspectiva de vacinação a curto prazo, esperamos virar logo esta página triste da história para retomar o ritmo normal de nossas vidas com mais tranquilidade.
No fim das contas, mesmo sem poder iniciar 2021 do zero, trazendo só o que restou de bom do último ano, não podemos negar a simbologia da virada que é tão importante para renovar nossas expectativas e recarregar as nossas energias. Então que possamos aproveitar esse momento para colocar a cabeça no lugar e abraçar as novas oportunidades que estão por vir!