OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Nos últimos dias, subiu a temperatura no Mar do Sul da China. Logo após a posse de Biden como o novo Presidente dos EUA, um porta-aviões americano navegava em águas internacionais, na região do Mar do Sul da China, antes ainda do anúncio chinês de exercícios militares no mar. O porta-aviões americano é o USS Theodore Roosevelt, que pertence à Sétima Frota americana. A posição oficial dos EUA é a de que o porta-aviões fazia missão de rotina, na defesa da segurança marítima. A tensão sino-americana já vem de muitos anos. Nos dias de hoje, praticamente dois terços do comércio global transitam pelo mar e seus estreitos. Lembramos ainda que foi justamente o Biden, como vice de Obama, que auxiliou na política externa conhecida como o “pivot estratégico”, que tirava a centralidade da ingerência americana no Oriente Médio, realocando as forças e os investimentos à região ásia-pacífico. Logo, a tensão marítima com a China não é herança de Trump, como alguns especialistas imaginam.

 

O Mar do Sul da China

Também conhecido como a “garganta do pacífico”, o mar se estende desde Singapura e o Estreito de Malaca, ao sul, até Taiwan e seu estreito, ao norte. Sendo umas das linhas marítimas de maior circulação global, nãos apenas de mercadorias, mas rota fundamental para o acesso do petróleo à Ásia (pelo Estreito de Malaca). O mar também, em seus arquipélagos, é considerado uma grande reserva de hidrocarbonetos fluidos e gasosos. Os países banhados pelo mar são: China, Taiwan, Vietnam, Filipinas, Malásia, Brunei, Indonésia, Singapura e Tailândia, doravante, denominados países ribeirinhos. Muitos especialistas colocam o Mar do Sul da China como um dos epicentros geopolíticos do Século XXI, por todas as suas características estratégicas. A China reclama 

hoje, pelo domínio quase absoluto das águas, incluindo as internacionais.


 O apetite chinês 

Ao mesmo tempo que reivindica para si a quase totalidade do mar, a China vem, ano a ano, fazendo pesado investimento em suas forças armadas. Tradicionalmente, a China tinha uma Marinha praticamente costeira. Foram nos últimos anos, em seu desejo de expansão global, que novos instrumentos militares deram à China uma Marinha de longo alcance, com a adoção de submarinos nucleares, porta-aviões e tecnologia própria de caças. Esse avanço marítimo, juntamente com a reclamação de praticamente todo o Mar do Sul da China, tem garantido tensões em águas internacionais com outras potências, entre elas os EUA, que realiza juntamente com seus aliados, exercícios militares na região, supostamente pela defesa da segurança marítima, no mar. Com o apetite desenfreado por parte da China, inclusive pela adoção de submarinos nucleares, o sinal vermelho está aceso há tempo. Grandes potências temem o avanço, uma vez que há um alto grau de dependência comercial, dos produtos que passam pelo mar com destinos globais, pelos estreitos. Logo, o interesse em preservar a segurança na navegação das águas internacionais, bem como, interesses muitas vezes não confessados.


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