OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Enquanto muitos países ainda estão iniciando e ajustando os seus planos de imunização para o Covid-19, Israel já pode ser um exemplo mundial no enfrentamento ao vírus, com ações concretas e pragmáticas tendo como fundo a tecnologia como grande aliada. O país de 9,3 milhões de habitantes possui, praticamente, mais doses do que realmente necessita. Alguns poderiam perguntar: mas em um país relativamente pequeno, tudo é mais fácil? Na verdade, a resposta não está vinculada diretamente ao tamanho de Israel, se não, nas ações que vem tomando desde o ano passado, como a capacidade de antevisão, o pragmatismo, a transparência e a tecnologia.

 

Antevisão

 

O Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não adotou postura de aguardar o desenrolar da conjuntura, com o avanço do vírus. Ainda em novembro de 2020, começou a entrar em contato com os grandes laboratórios, a fim de negociar as vacinas. A postura aberta às negociações e o pragmatismo foram essenciais no processo. A transparência também tomou destaque. Ao contrário de alguns países europeus, Israel manteve aberto o contrato com a Pfizer, disponível na internet, assumindo para si, a responsabilidade pela vacina, algo que passou longe das negociações com os países europeus. Israel combinou com o laboratório, o envio semanal dos dados da vacinação, de forma anônima. Em contrapartida, exigiu da Pfizer o envio de doses até a imunização de 95% de sua população.

 

Tecnologia

 

A tecnologia e a Inteligência Artificial têm sido ingredientes importantes na campanha de vacinação, no país. De câmeras térmicas até algoritmos ligados a grandes bancos de dados, auxiliam na precisão necessária na campanha. O país consegue controlar a disseminação do vírus por regiões, com plataforma Neura, que identifica as cadeias de infecção. Pelos algoritmos, o Ministério da Saúde é avisado com antecedência dos riscos de disseminação. Sistemas de reconhecimento facial também auxiliam nos hospitais, a identificar com quem os profissionais da saúde infectados pelo vírus, tiveram contato. Já o robô ElliQ (inteligência artificial) torna o isolamento de idosos algo menos maçante. O robô é programado para manter a atenção de idosos em atividades rotineiras, enquanto as famílias mantêm o distanciamento social.

 

Doses e otimismo

 

Atualmente, é o país com mais doses per capta do mundo. Em sua população, cerca de 4 milhões de israelenses já tomaram a primeira dose da vacina, da americana Pfizer, em parceria com a Biontech. Das pessoas com mais de 60 anos, 80% estão imunizadas. Não seria exagero especular que no ritmo célere que o país adotou, até final de março, toda a população já esteja imunizada, antes mesmo da Pessach, a Páscoa judaica, dia 27 de março de 2021.

 

Parceria com o Brasil

 

O governo brasileiro informou que enviará comitiva para Israel, para conhecer o spray nasal EXO-CD24, desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de TelAviv. O spray passou pela primeira fase de pesquisa, tendo resultado otimista no tratamento de casos graves do Covid-19.

 

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