Todos os mandatários, ao serem eleitos, assumem a missão de agir sobre destino da sociedade civil e a máquina estatal. Assumem também o dever de trabalhar e reconstruir danos causados por gestões anteriores, mesmo que sejam aparentemente irreversíveis. O legado de comando em qualquer um dos poderes exige dedicação séria. Tudo isso parece óbvio, mesmo perante os interesses dispersos de poder, prestígio eleitoral e avidez de perpetuação nos escalões públicos, sempre com peso inarredável do dinheiro fácil. As dificuldades normais de gestão têm impedido a imediata consagração de aglomerados políticos. O agravamento da crise mundial e nacional, com a pandemia viral embaraça planos de hegemonia política, mesmo os aspectos pertinentes ao senso democrático. O efeito no governo Bolsonaro, nesta mudança brusca de necessidades nacionais, esbarra na inusitada análise sobre o mister democrático. A escassa capacidade intelectual do mandatário do palácio e sua estranha verve ideológica perante a comunidade aflita torna-se cada vez mais empedernida. A gravíssima dor nacional que assola o país é considerada pelo poder central como objeto de repúdio. O presidente persiste assustadoramente na versão de mera escoima. Não faz nada mais do que culpar outros poderes pela grave dificuldade. Seus rituais não exprimem qualquer compaixão com o povo que luta heroicamente para sobreviver à voracidade da doença que está levando pessoas à morte. A orientação negacionista sobre realidade da vida brasileira não apresenta esforço indeclinável para o socorro urgente, mas acende versões para ludibriar a realidade. A prioridade é apenas preservar a imagem eleitoral do mandatário.
Ataques de autocracia
Convenhamos, sem qualquer disfarce Bolsonaro capitaneia a marcha da intolerância e busca fugir da responsabilidade, temendo levar a culpa por uma letargia pecaminosa em relação ao dever de atenção ao cidadão. Concentra o potencial de comando delegado pelo povo nos ataques aos poderes constituídos, entidades e instituições de missão cívica. Suas expressões insanas demonizam ações dos poderes da República, formalizando artificialmente ataques negacionistas com linguajar da pior espécie. Condena os mais necessitados por sentir medo diante da eminente catástrofe e delibera com cinismo e desprezo a ajuda que provém do dinheiro do próprio povo, dono dos cofres públicos. A imprensa é tratada sem respeito, inclusive quando revela apenas dados oficiais da falta de leitos, falta de oxigênio, e a dor irremediável das milhares de mortes pela terrível doença. A angústia da morte é sentimento existencial humano também sonegado. A forma de abdicação mais comum no momento tem sido a absurda alegação de que o Supremo retirou poder da presidência. Pérfida narrativa que nega o debate democrático entre os poderes e instituições. Não é hora de julgar culpados pela desgraça, muito mesmo para se eximir do dever indeclinável de buscar vacinas, com a merecida confiança na ciência da saúde. Jogar palavras vulgares para desconstruir ânsias legítimas de um povo é maldade demais. A culpa pelas insanidades que desviam o foco da prioridade da nação, esta sim, está escancarada e nos envergonha. A dificuldade é causada pela pandemia, mas não pode levar desânimo à força de cooperação neste grave momento nacional.
Racismo
No mundo a luta contra o racismo vai denunciando chagas que se escondem em lugares de onde se espera culturalmente mais dignidade humana. Exemplo é a luta da princesa Meghan que revela vícios ocultos da realeza. Ela foi assediada pelas provocações medíocres da realeza britânica. As preocupações eram sobre o tom da pele do Filho com Harry.
Mulher
Tende piedade de nós mulheres destes tempos indômitos. Nós homens somos rudes demais e dificultamos os caminhos quando as esquecemos num trono fictício, querendo iludi-las e justificar violências que vão da desatenção até os atos de covardia. Logo vamos perceber que o leviatã de nossa moldura é pesado demais para transpor o vale das sombras. Fingimos não ver que sobes rumo à montanha de amplos horizontes com asas de borboleta e o arfar do vento. Esse poder que a mulher começa a partilhar mansamente é esperança que vai mudar o mundo. És fortaleza e amor.