Patrulhamento
Quando postamos algo relacionado à pandemia nas redes sociais, como num relâmpago, surgem estranhas manifestações. Basta utilizarmos a expressão Covid para acionar uma reação compulsiva, que mais parece uma ação reacionária. Há uma bem organizada contestação total à realidade. Sem argumentações, agem como placebos e sem a mínima lógica. Não trazem informações consistentes e o objetivo é apenas desacreditar a realidade. Contestam os números, a ciência, os livros e até mesmo as mortes. Para esses negadores contumazes sequer existe uma pandemia, que seria produto de um fantasma que assola a humanidade. É uma ação robotizada que tem por objetivo coibir a informação. Utiliza um conhecido método de patrulhamento para intimidar pensamentos. Tal qual cães à beira da estrada, latem para as carroças sem saber o motivo dos seus latidos. Na prática, isso é um instrumento de censura.
Assim como todos nós somos condutores do vírus, há um negacionismo que produz vetores doutrinados pelas redes sociais. Para essas almas embretadas, ninguém morreu, não há contaminação e uma aspirina pode resolver tudo. Se persistirem com esse patrulhamento, logo será proibido falar sobre pandemia, coronavírus, contaminação, vacina e mortes. Qual o interesse por trás disso? Enquanto o mundo é sufocado por um clima de horrores, surgem assombrações para apagar a realidade. E a pandemia sequer dá fôlego para um debate. Mas isso pouco resolveria, pois quem vive embretado nas redes sociais abomina uma argumentação. Vivemos novos tempos. Estamos na época dos palanques ocupados por seres sem nomes e sem rostos. Subvertem a verdade e colocam uma pá de cal sobre os mortos. E continuam latindo.
Propagadores
É tanta mentira, que já não acreditamos mais na verdade. No WhatsApp nada mais me surpreende. Se alguém publicar que o Coelhinho da Páscoa vive numa toca no jardim da casa de Papai Noel, aposto que 90% acreditará. Pior! Irá repassar para seus amigos e grupos. Claro, se redistribuem sem pensar os maiores absurdos, por que não dariam visibilidade a esses simpáticos personagens? Ora, para acéfalos propagadores pouco importa a verdade. A obsessão é espalhar.
Luiz Carlos Reck
A cada dia recebemos mais uma triste notícia desta pandemia. Já se foram muitos amigos. No sábado, a vítima foi Luiz Carlos Reck, que estava numa UTI em Santo Ângelo. Colega dos bons tempos de Rádio Planalto, há muitos anos ele residia em Tapejara onde foi um pioneiro da radiodifusão. Na gravadora da Planalto, Reck foi responsável pelas nossas montagens sonoras. Com o seu tradicional corte final em efeito de eco, agora, dá adeus à Grande Família Planalto.
Tapa na cara I
É vergonhoso ver vendedores ambulantes estabelecidos com balcão na calçada da Avenida Brasil. Agora, na bandeira preta, é como um tapa na cara do comércio com portas fechadas que paga impostos e aluguéis exorbitantes.
Tapa na cara II
É vergonhoso ver veículos estacionados por mais de seis horas na Avenida Brasil, entre a esquina da Bento e o Clube Comercial. É equivalente a um tapa na cara daqueles que pagam pelo estacionamento.
Caminhões
Será que não existe nenhuma maneira para coibir a passagem dos enormes caminhões que atravessam a cidade?
Para refletir
Que as mortes não sejam tratadas apenas como estatísticas. E que a vida não seja vista apenas como meio de produção.
Trilha sonora
Música composta pelo paraibano Zé Ramalho, em 1979, ficou mais conhecida depois que chegou às novelas, em 1996. Fagner e Zé Ramalho - Admirável Gado Novo