O inusitado irracional que nos assola
Nunca imaginei enfrentar uma pandemia. É como ingressar num filme de ficção e terror, pois a morte ronda o ar que respiramos. Jamais pensei em vivenciar a abolição da lógica e o desprezo aos conhecimentos. Ora, o desenvolvimento científico é a materialização da evolução do ser humano. Não pensei em ver profissionais das ciências contrariando àquilo que aprenderam nas escolas. Nunca havia vivenciado com o negacionismo, verbete que apenas conhecia à distância através da literatura. Mas, muito além dessas surpresas, estou apavorado sem a proteção do guarda-chuva oficial que deveria estar aberto nesse momento. É muita ficção embutida na minha realidade. Minha, não. De todos nós!
Uma realidade ameaçadora, onde temos poucas respostas e estamos cercados pela maldade. Escapar da contaminação do vírus é o primeiro objetivo. Mas o caminho está obstruído por muralhas de ignorância. Além de um vírus, outra contaminação também conduz à morte. Exagero meu? Não, por favor! Essa é a realidade. E a verdade não pode ser abafada ou jogada para debaixo do tapete dos interesses materiais. A verdade está nos corredores dos hospitais, nas correrias e agonias nas UTIs. Está na hora das despedidas. Está na dor dos filhos, na dor dos pais. O desespero tem corpo, sangue, alma e tenta respirar. A realidade está nas orações que cercam as casas de saúde. A verdade é que há um fluxo de lágrimas entre os hospitais e os cemitérios. E isso ninguém pode negar!
Aceitar e concordar
Eu não sou obrigado a concordar. Mas eu posso aceitar a maneira como as pessoas pensam. Concordando ou discordando, ninguém deve mudar. Como é desagradável essa pressão reinante, uma força agressiva de patrulhamento exigindo que as pessoas pensem como alguns querem. Esses seres ridículos foram doutrinados para agir instintivamente. Você não pode falar mal ou não gostar de alguém que eles idolatram. Caso contrário, imediatamente, será taxado disso ou daquilo. Aliás, ainda se utilizam de velhos rótulos remanescentes dos primórdios dos anos de chumbo. Para esses seres robotizados só existe a favor ou contra, pois não permitem um meio termo e desconhecem diálogo e argumentação. E esses extremos pontiagudos fazem muito mal. Aliás, são tão perversos que nos conduzem ao que na Albânia chamam de gjenocid.
Dona Cila
A pandemia é tristeza sem fim e os amigos vão tombando para a ‘gripezinha’. Na semana passada levou nossa querida Dona Cila, que, antigamente, foi colega em O Nacional. Jacira Maria da Silva também era conhecida em família como Tia Cira. Aqui, por muitos anos, desde os tempos do ‘velho’ Múcio, ela conquistou nossos corações. Na sua fala suave, compartilhava muito carinho. Dona Cila se foi, ficamos muito tristes. Meu abraço aos familiares.
Desparecimento precoce?
Será que aquele pseudo filósofo autodidata sumiu do planisfério da Terra plana?
Insolúveis?
Parece que não há solução para algumas irregularidades constantes ou, quem sabe, já institucionalizadas. Cito três situações bem enraizadas na Avenida Brasil: mascates plenamente estabelecidos com balcões sobre o passeio outrora público; enormes caminhões que transformaram a via na nova Transbrasiliana; carros estacionados o dia inteiro na área azul. São situações renitentes sem solução ou estaria faltando alguma ação? Insolúveis ou não solucionadas?
Trilha sonora
No final de 1969, chegou aos cinemas mais uma obra do mestre Claude Lelouch. Na tela Jean-Paul Belmondo e Annie Girardot em “O Homem Que Eu Amo”. A música de Francis Lai - Concerto Pour La Fin D'un Amour