OPINIÃO

Pe. Ivo e Pe. Fernando, gratidão!

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A Arquidiocese de Passo Fundo está celebrando 70 anos. Uma história de evangelização feita de muitas mãos. Constantemente novos fiéis de agregam e outros partem depois de terem cumprido a sua missão. Hoje gostaria de homenagear dois padres que faleceram neste ano: Pe. Ivo Barth (02/05/1943 + 10/01/2021) vítima de complicações da covid-19 e Pe. Fernando Luiz Gazola (14/04/1932 + 14/04/2021) em decorrência de infarto.

Quando olhamos os traços de personalidade destes padres, modo de comunicar, origem familiar, participação dos eventos eclesiais, cada um tinha suas particularidades e, neste particular, eram muito diferentes. Como cristãos e padres fizeram sua caminhada na Arquidiocese de Passo Fundo. Aqui receberam os sacramentos da Iniciação à Vida Cristã – Batismo, Eucaristia e Crisma - também o Sacramento da Ordem que os fez participar do mesmo presbitério. Pe. Fernando foi ordenado por Dom Claudio Colling, em 06/07/1962, na Igreja Senhor Bom Jesus de Carazinho e o Pe. Ivo por Dom João Hoffmann, seu tio, na época bispo de Frederico Westphalen, em 12/07/1969, na Igreja São Tiago de Selbach.

Como sabemos, os internados por causa da covid-19 vivem estes dias isolados. Os contados terminam quando o paciente precisa na UTI. Às vésperas do Pe. Ivo precisar da UTI, todo animado, fazia planos para as férias com os irmãos padres. Depois os contatos não foram mais possíveis. O Pe. Fernando pode ser acompanhado e visitado até a hora da morte. O que aconteceu antes de morrer vale ser partilhado. O Pe. Fábio de Morais é testemunha.

Antes das 22h, o Pe. Fernando solicitou à cuidadora que chamasse o Pe. Fábio para receber os Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos. Tentaram argumentar que poderia esperar para o outro dia, mas ele insistiu que não poderia esperar. Argumentou que durante o ministério foi atender os doentes sempre que foi chamado, seja de dia ou de noite. O Pe. Fernando estava muito agitado e angustiado. Pe. Fábio entrou no quarto às 22h05min e saiu dali 40 minutos depois. O Pe. Fernando se confessou e recebeu a Unção dos Enfermos. E disse que estava partindo. Isto lhe devolveu a serenidade e dormiu. Passados alguns minutos da meia noite, no dia em que completava 89 anos, faleceu.

Pe. Fernando pediu dois sacramentos: Penitência ou Confissão e a Unção dos Enfermos. Dois sacramentos que não fazem alarde, não dão visibilidade. Dois sacramentos sensíveis para o padre que os administra e para quem os solicita. Dois sacramentos que tocam na carne da fragilidade humana. Dois sacramentos, quando desejados e vividos na fé, são altamente curativos e trazem uma paz profunda e harmonia e, na hora da morte, concede serenidade.

Como testemunhou o Pe. Fernando tantas vezes ele foi chamado para administrar estes sacramentos, o mesmo viveu o Pe. Ivo. Faz parte da rotina dos padres serem chamados, sem hora e nem dia marcado. É a presença da Igreja, através dos padres, com seus sacramentos na fragilidade humana. O Pe. Fernando atendeu tantas pessoas e tinha plena consciência de que ele precisava também se confessar e receber o sacramento da unção. O que experimentou o Pe. Fernando, depois de receber os sacramentos, é o mesmo que acontece com todos os fiéis que recebem estes sacramentos. É o que testemunham os padres.

A Arquidiocese de Passo Fundo está revisando os Diretórios dos Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos. O objetivo é ajudar os padres e todos os fiéis católicos a compreenderem, desejarem e vivenciarem estes sacramentos. Gratidão aos padres Fernando e Ivo pelo seu ministério, particularmente na administração dos sacramentos da confissão e unção.


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