A contagiosa imbecilidade
A imbecilidade acompanha a humanidade desde os seus primórdios, conforme registram as páginas da nossa história. Que a imbecilidade atinge uma parcela da população, sabemos muito bem. Que os imbecis não têm bom discernimento, também não é nenhuma novidade. Agora, porém, já temos fortes indícios de que a imbecilidade é transmissível. Sim, propaga-se em multiplicação geométrica. Os primeiros sintomas são a rejeição às normas sociais e uma forte obstinação em contrariar a lógica. Sabe aquelas crianças que não aceitam ouvir um não? Esperneiam, esbravejam, batem portas e sapateiam? Essas figurinhas caracterizam muito bem o comportamento dos adultos imbecilizados. Reclamam de tudo que não é como sonharam. Acham que o mundo deveria ser de uma maneira e, se assim não o for, até fazem protestos. Não admitem a igualdade diante da lei.
Têm argumentos inflexíveis e abominam a troca de ideias. Querem tudo conforme imaginam e sequer respeitam decisões. Respiram a liberdade no tom azul do céu, mas preferem o ódio de outros matizes. As pessoas mais suscetíveis à imbecilidade são aquelas com menor capacidade de discernimento, influenciáveis, com baixa carga de conhecimentos, crise de identidade ou adesistas compulsivas. A transmissão ocorre através do contágio em múltiplas plataformas, podendo ingressar no corpo humano pelos olhos ou pelos ouvidos. Acredita-se que, através de caminhos sensoriais, logo se instale no cérebro. A maior incidência de contágio ocorre pelo uso indevido das redes sociais. Para prevenção à imbecilidade, as redes pública e privada já disponibilizam a vacina da educação. Os neurônios democraticamente estruturados e os anticorpos do respeito pela vida também podem salvar cérebros (e almas) da imbecilidade
Verba ou cratera?
Este ano não será realizado o Censo no Brasil. Ao primeiro olhar, até pode parecer algo irrelevante. Mas não é. Muito pelo contrário. Sem esses números ficará um abismo na vida dos brasileiros. Um autêntico perau, interrompendo uma ligação necessária para as mais relevantes interpretações socioeconômicas da vida brasileira. Estamos diante de um dos maiores absurdos da história. Dizem que faltou grana para o recenseamento. Não acredito, pois há recursos até mesmo para as interesseiras emendas parlamentares. Sem censo, fica uma cratera.
Cadê a máscara?
É impressionante o que tem de gente circulando pelas ruas sem máscara de proteção. Será que terminou a pandemia e não me avisaram? Então, já que o espírito manifestante está em alta, por que não aproveitam esse ímpeto para realizar uma manifestação pelo uso da máscara de proteção? Seria, literalmente, um salutar manifesto pela vida!
Rotativo ou privativo?
Estou em dúvida sobre o estacionamento na conhecida Área Azul, no centro de Passo Fundo. Observo a regularidade com que os mesmos veículos permanecem por horas nos mesmos locais. Isso acontece naquele trechinho entre a esquina da Bento e o estacionamento das motos. Como o pessoal responsável pela Área Azul passa pelo local, até parece que está tudo certo. Então surge a questão: seria um modelo de estacionamento rotativo ou privativo?
Jogo ensaiado?
O risco das manifestações em sequência orquestrada é que elas podem resultar em arbitrariedades, censura, opressão e tortura. Esse filme já esteve em cartaz por aqui.
Trilha sonora
Entrei numas de viagem virtual ao Batatas. Me liguei no Menor Palco do Mundo e a trilha era essa:
Gnarls Barkley - Crazy