O G7, grupo que congrega as economias mais avançadas do mundo, – entre elas: EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e o Japão – esteve reunido na semana que passou, em Londres. O encontro, primeiro a ocorrer em modalidade presencial, após muito tempo pela conjuntura da pandemia, sempre carrega fortes sinais à geopolítica, pois, é o momento das grandes potências, em conjunto, discutirem sobre os temas mais prementes das relações internacionais. Como participantes também foram convidados: Austrália, Índia, Coréia do Sul e África do Sul. A Índia, inclusive, teve de manter a sua delegação em isolamento, após confirmação de casos positivos para o Covid-19. Na pauta, desde a mudança climática, a pandemia, até as ameaças globais como a China e Rússia. O Reino Unido ocupa a presidência rotativa do grupo e, também, sediará uma Cúpula de Líderes, no mês de junho, que receberá a presença do Presidente americano, Joe Biden.
Reino Unido e EUA
A ocasião reforçou a já sólida parceria entre os países. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esteve reunido com o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson. Na conversa, o aceno para uma relação de cooperação mais “instrumental” no combate ao coronavírus, bem como na proteção do meio ambiente e demais prioridades internacionais, como a aceleração na produção internacional de vacinas e o seu impacto em países como a Índia. A reunião será um grande teste para o novo desenho da política externa britânica, em aliança com o seu principal parceiro, os EUA.
China e Rússia
Dentro das ameaças globais, não poderiam estar de fora a China e a Rússia. No encontro, os países foram duramente criticados, no mesmo passo que houve suporte coletivo às questões de Taiwan (que vem de uma série de exercícios militares defensivos em relação à China) e a Ucrânia. A Rússia foi criticada (em comunicado) por estar minando democracias e ameaçando a Ucrânia, enquanto fortes críticas aos direitos humanos na China também foram trazidas na discussão. De um lado, o grupo prometeu esforços coletivos para barrar certas políticas econômicas coercitivas por parte de Beijing e o combate à desinformação, promovida por Moscou, em larga escala. A nossa coluna já trouxe a questão de Taiwan/China. Enquanto o G7 tenta apoiar a participação taiwanesa em diferentes fóruns internacionais, a China tem levantado esforços para bloquear qualquer pretensão internacional de Taiwan. Os países têm demonstrado suas profundas diferenças políticas por meio de exercícios militares.
EUA X China
O encontro é mais um espaço para que os EUA concentrem as suas críticas em Beijing, em uma escalada de tensões. Quem esperava por parte de Biden acenos mais tranquilos ao regime, não conhecia por certo o histórico do Presidente com a China. Biden, como vice de Obama, foi um dos responsáveis pela virada da política externa do Oriente Médio para a região Ásia-Pacífico, no que ficou conhecido como o Pivô Estratégico.