Na semana que passou, falou-se de um possível cessar-fogo no conflito entre Israel e Palestina, ao menos no nível diplomático. Tomou destaque também a ligação de Biden ao Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um aceno americano no sentido de mediar um arrefecimento nas tensões. Israel, por seu turno, ainda mantém objetivos firmes em determinados alvos militares. Esperar do Hamas, um grupo terrorista, uma posição confiável para o cessar-fogo, seria muita dose de otimismo, até porque, há uma máxima nas Relações Internacionais: não se negocia com terroristas. Em seus alvos, a última incursão aérea de Israel em Gaza (até o fechamento da coluna), mirou um depósito de armas que estaria a serviço de comandantes do Hamas. A manobra do grupo terrorista, em afirmar à mídia internacional um cessar-fogo, mesmo ainda lançando os seus mísseis em Israel, é mistura de diversionismo com desespero – em uma guerra que se aumentar de escala, certamente sairiam prejudicados.
Hamas
O Hamas é considerado como grupo terrorista pelos EUA, países europeus, o Japão, Reino Unido, Canadá e Israel. Como alertamos na semana passada, a postergação indefinida nas eleições palestinas, por ordem da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, parece ter enfurecido o grupo terrorista Hamas. A eleição seria a primeira desde 2006. Abbas cancelou as eleições, com receio da perda de seu favoritismo, uma vez que em pesquisa recente, 37% dos palestinos afirmaram que uma luta armada é a única solução para superar a crise com Israel
Enquanto isso
Mais uma tensão entre Washington e Beijing, no Mar do Sul da China. A nossa coluna já vem alertando os leitores sobre a acentuada problemática geopolítica no Mar. Ocorre que o mesmo é rota internacional de extrema relevância na circulação de produtos e também, de petróleo. O Mar do Sul da China também é conhecido como uma fonte rica de petróleo, em alguns arquipélagos espalhados pela sua extensão. Na nova estratégia militar chinesa, a referida porção marítima é estratégica, na medida em que Beijing vai fortificando uma marinha de águas azuis (de longo alcance), com tecnologia militar própria, desde submarinos nucleares até porta-aviões e caças. Ao reivindicar para si, praticamente toda a extensão marítima, em seu projeto de expansão global, tensões têm surgido constantemente entre a China e outras potências, como os EUA.
Nesta semana
A China acusou os EUA de adentrar no “território” do Mar do Sul da China, como se toda a extensão do Mar fosse de seu domínio, desconsiderando inclusive os países ribeirinhos. Não é a primeira tensão entre Beijing e Washington, uma vez que há anos os países registram tensões entre a frota chinesa e a Sétima Frota americana, que tem organizado exercícios militares de pesquisa em águas internacionais, pelo temor do avanço chinês desmedido, que ainda promete ser um dos pontos mais nevrálgicos da geopolítica do Século 21. Advogar para si toda a extensão do Mar é um dos maiores exemplos do apetite expansionista chinês.