Gol contra a vida
O futebol encanta, apaixona e até fanatiza. Com lances lindos ou feios, a bola representa os momentos alegres e tristes de um planeta, que outrora também foi redondo. Certamente, o péssimo no futebol são os maus gestores e os abutres que pairam sobre os estádios. É esporte, mas cada vez mais é negócio. Os problemas começam no momento em que falta elegância na conduta da bola. Isso ocorre quando os dirigentes, conhecidos no ‘futebolês’ como cartolas, usam o futebol para fins pessoais e a bola vira uma bolada. Para quem não conhece, o futebolês é o vocabulário dos maníacos por futebol. Pode ser arcaico ou contemporâneo, mas com interação restrita às cabeças recheadas como bolas de futebol. Agora, numa mortífera pandemia, não faltam campeonatos. É claro que é meio de subsistência para profissionais que vivem diretamente do futebol. Fora disso, não vejo nada que justifique essas competições durante uma pandemia. Mas, aí entram os interesses dos detentores de direitos de transmissão, patrocinadores e “proprietários” de atletas.
Mesmo clubes bem estruturados como, por exemplo, o Grêmio, acumulam dezenas de casos positivos de Covid. É situação quase incontrolável, pois cada contaminado transmite para familiares e amigos. Ora, isso é quebra direta do isolamento social. Com muita lucidez, um dirigente confessou-me da sua preocupação em relação aos locais por onde circulam os atletas fora do trabalho. Então, em futebolês arcaico, entendo isso como bola murcha. Agora, então, imagine realizar a Copa América no Brasil, país que disputa as primeiras posições na tabela das mortes na pandemia? Em futebolês moderno isso é chamado de gol contra. Contra a vida! É deboche entre as lágrimas que escorrem ao lado das covas recém-fechadas. Não bastasse a prorrogação pelos atrapalhos que retardaram a vacinação, o evento no Brasil seria um acréscimo no tempo de pandemia. Isso não é esporte. É crime.
Toca Raul!
Antes da pandemia, nos bares da vida a turma gritava para os músicos “toca Raul”, pois queriam ouvir músicas de Raul Seixas. Mas aqui em Passo Fundo temos o “nosso” Raul. Sim, o Raul Boeira que, além de compor, tocar e cantar, é o maior difusor dos músicos passo-fundenses. Foi vanguarda e continua atual. Gosto muito das sempre musicais postagens do Raul Boeira nas redes sociais. Ultimamente, posta fotos de bandas das antigas. Assim, pude constatar a importância das festas nos clubes e salões de igrejas. Até poderiam ser um pouco brega, mas propiciaram espaço para grandes músicos. Conjuntos ou bandas eram formados por jovens talentos. Alguns seguiram outros caminhos, mas muitos prosseguiram no pentagrama da pauta musical. Afinaram técnica e talento e até conquistaram o mundo. Parte dessa história, Raul Boeira compartilha as suas memórias. Raul é a enciclopédia da música de Passo Fundo.
Festa na pandemia
Final de semana teve festa camuflada na Avenida Brasil Centro. Obviamente sem máscaras, a turma ainda confraternizou na calçada lá pelas 4 da madrugada! Com regularidade de casa noturna, teve sessões na sexta-feira e no sábado.
Vago
A tecnologia chega à Área Azul de Passo Fundo, espaço destinado ao estacionamento rotativo. A Codepas apresentou o aplicativo Vago, ferramenta de auxílio para encontrar vagas e adquirir saldo. O diretor da estatal, Degnor Pimentel Reis, destaca que Passo Fundo “necessita entregar a disponibilidade de vagas de estacionamento para que todos possam utilizar a região central com maior comodidade”. Uma bela iniciativa. Tomara que o Vago acabe com o privilégio de alguns aproveitadores na Brasil entre Bento e Clube Comercial.
Perturbação
Ufa! Foi difícil concluir esta coluna com o som do Magazine Luiza invadindo os meus ouvidos.
Trilha Sonora
Foi-se uma voz que embalou novelas, filmes ou amassos no sofá: B.J. Thomas- Rock And Roll Lullaby