Happy hour antecipado
Para os mais metódicos é muito difícil fugir da rotina. Mesmo aqueles não muito regrados mantêm hábitos quase que constantes. Um deles é o chamado happy hour, que antigamente era conhecido como o encontro do aperitivo. É a popular hora da cachaça. Mas pode ser um chopinho, uma cerveja, um uísque ou outra bebida. O mais importante é sair do trabalho e encontrar colegas e amigos para jogar conversa fora. Esse costume permitiu a formação de grupos que se encontram diariamente. Entre um chope e outro, solidificam-se amizades e muitos negócios são fechados. O melhor do happy hour é o happy, aquele momento feliz. O problema é o hour, pois o encontro não tem horário definido para encerramento. Ainda mais que depois do primeiro gole até parece que a sede multiplica-se. E, então, chega o momento da saideira, aquela sequência interminável.
Geralmente, a saideira é uma provocação de alguém na roda com excessiva evaporação no radiador. Então, vê mais uma! E, já com a alma encharcada, até mesmo as mãos mais fechadas se abrem para oferecer outra saideira. A turma é unida e gosta de beber em equipe. Quando algum incauto tenta cair fora, seu copo tem reposição imediata. Pois bem. Agora, diante das restrições da pandemia, os bares fecham mais cedo. Isso significa uma drástica redução no tempo regulamentar do happy hour. Mas biriteiro convicto não passa sede. A solução encontrada pela turma é bem simples. Basta alterar os horários dos expedientes, saindo antes do trabalho para começar mais cedo as atividades no boteco. E a saideira só termina diante da trágica cena daquele momento em que a grade da porta desce e as cadeiras sobem nas mesas. Um brinde!
Transformers
Na semana passada, fugi do meu refúgio para pegar uma máquina na Magnet. Evitei o movimento das calçadas e segui rumo ao Boqueirão pelo canteiro central da Avenida Brasil. Em alguns trechos dividi espaço com os as bicicletas, em outros com os cãezinhos que levam os seus donos para dar uma voltinha. Fiquei impressionado em meio a tantos cachorrinhos e bicicletas que encontrei pelo caminho. Tive uma espécie de pesadelo acordado onde, tal qual transformers, as bicicletas convertiam-se em motos e os cãezinhos em gorilas. Apressei os passos, voltei para casa, fechei a porta e desliguei as redes sociais. Ufa. Já vi esse filme!
Imprudentes repassadores
E prossegue o repasse criminoso da desinformação pelas redes sociais. Na prática o ato é compulsório. Você, que recebe essas mensagens com propostas obscuras, não para para pensar e apenas repassa. Isso é o mesmo que agir como um robô. E não me venham com a desculpa esfarrapada de que não sabiam que o conteúdo era falso. Não há boa-fé no repasse do desconhecido ou do duvidoso. Então por que repassam? Ou o fazem propositadamente com obscuros interesses ou simplesmente porque estão compulsoriamente engajados em uma rede criminosa. Alguns ainda utilizam a desculpa esfarrapada de que “todo mundo repassa”. Ora, essa é a máxima das massas sem massa pensante. E que fique muito bem claro: ninguém é obrigado a repassar mensagens.
Os invisíveis
Lembram-se sobre alguns motoristas que usam e abusam da Área Azul na Avenida Brasil, trechinho entre a esquina da Bento e o Clube Comercial? Aqueles dos carros com vagas fixas em área de estacionamento rotativo? Pois bem, sabe-se lá o porquê, mas infelizmente nada mudou. Os mesmos carros permanecem estacionados nos mesmos lugares por horas e horas. Seriam invisíveis aos olhos da fiscalização? Ou existiria alguma espécie de imunidade?
Trilha Sonora
A arte não tem fronteiras. Nem época. Essa é dos anos 1950 e continua maravilhosa. Julie London - Sway