OPINIÃO

Teclando - 30/06/2021

Cuecas recheadas de preconceitos

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Cuecas recheadas de preconceitos

 O preconceito cavalga na garupa do ódio. Mas podemos inverter essas posições e nada mudará. O preconceito é uma conduta retrógrada que esteve muito próxima da extinção. Porém, foi resgatada das catacumbas da intolerância pelo falso moralismo. O preconceito voltou à tona, bomba nas redes sociais e ocupa o vácuo deixado entre neurônios após a assepsia cerebral coletiva. Regressou e ampliou sua abrangência intolerante. É um preconceito generalizado e ainda mais ameaçador, pois pulveriza o ódio no ar que respiramos. Então, quando há sintomas de insanidade coletiva, é necessário não confundir os seus preceitos de vida com os preconceitos para com a vida dos outros. Moralidade é conceito, moralismo é comportamento e falso moralismo é demência. Geralmente, os preconceituosos falsos moralistas carregam desejos maldosos e pregam moral de cuecas. Ou de calcinhas. Não importa.

São pessoas com sentimentos represados por preceitos determinados pela família e pela sociedade. Para abafar condutas enrustidas, transformam os preconceitos em armas para atacar o próximo e manterem-se blindados pelo falso moralismo. Então, quando esse ímpeto preconceituoso está fardado pela beligerância, há um mercado apropriado para os pudores e seus odores. Isso cheira muito mal, porque enquanto olham para o rabo dos outros não enxergam os seus. Inicialmente, o preconceito seria apenas um instrumento de agressão verbal. Mas, é necessário observar que os pregadores do falso moralismo e outros fanatismos são os mesmos que carregam os pensamentos da crueldade. Esse preconceito odioso não caiu do céu, pois foi estrategicamente plantado e esparramado na sociedade. Isso é uma proposta criminosa, pois desagrega, fragiliza e nos curva diante do autoritarismo.

Cringe

A internet é uma baita ferramenta, mas também atua como uma espécie de Cacex para importação de palavras. Poderíamos resgatar expressões do tupi-guarani, mas, em conduta bem colonizada, preferimos línguas estrangeiras. Pois bem. Agora a palavrinha da moda é “cringe”, cujo significado está próximo de vergonha, pagar mico ou estar desatualizado. Para detectar gestos ou palavras cringe, existe um patrulhamento nas redes sociais. Então, para não ser chamado de cringe, adotei cuidados e parei de usar alguns emojis. Mas, em breve pesquisa, fiquei sabendo que essa onda de cringe é uma guerrinha entre os millennials e a geração Z. Ora, os millennials estão na faixa dos 25 e 40 anos, enquanto a turma Z fica entre os 10 e 25 anos. Pô, eu não tenha nada com isso. A minha turma é dos baby boomers, ou seja, supero a soma dos limites das duas faixas. Ufa, de volta aos emojis e palavrinhas que eu adoro. Não me meto em briga de piá.

 Consumidos pelo tempo

Guerra de gerações de lado, o tempo passa e temos comparativos entre épocas. Mesmo em meio às mudanças e evoluções, observo que nem tudo melhorou. Então fico indagando como pode o tempo suprimir o melhor e substituir por algo inferior? Vejo isso nos aviões. Na ponte-aérea Rio-SP, ainda não encontraram um substituto que apagasse a imagem de conforto e confiabilidade do velho Electra. E nem vou falar sobre a Varig para não ser chamado de bairrista nostálgico. Será que ainda fabricam a mostarda Stein? Não encontro mais. E esses dias soube que interromperam a produção da famosa linguiça camponesa de Erechim. Parece que o tempo é mais cruel em relação aos produtos de qualidade. Enquanto isso, a linha de combate aumenta espaço nas prateleiras. Será que o problema não está na qualidade dos consumidores?

Estacionamento

Parece que houve uma intervenção naquele trechinho da Área Azul na Avenida Brasil. Mas, também ao que parece, a ação ainda não obteve plenos resultados. Os mesmos carros permanecem por mais de quatro horas nos mesmos locais. O limite não é duas horas?

Trilha Sonora

Para aqueles que curtem essa lasquinha de música, como a Miriê e a Rose, hoje vamos com os contagiantes violinos do maestro Percy Faith - Theme From A Summer Place


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