A manifestação popular do povo nas ruas, a cobrança dos estados, as pesquisas prévias eleitorais e até o assustador número de mortes pelo coronavírus pressionaram positivamente pela urgência das vacinas. O papel da imprensa tem sido fundamental. A metade da população brasileira recebeu a primeira dose. Os efeitos do combate ao desastre nacional que deixou o povo em perplexidade fazem parte de uma percepção de esperança, reduzindo o medo e afastando o pânico geral pela pandemia. Incertezas sobre a propagação da doença ainda assusta o mundo. O sinal de otimismo veio pela vacina, mesmo com todos os contratempos de letargia do governo federal e a péssima orientação “cloroquinada” que atrasou muito o socorro aos brasileiros. Com o lote de dois milhões de doses da Coronavac, que chegou ontem, está prevista a entrega num total de 66 milhões de doses até o final de agosto. O esforço dos laboratórios é garantir o recebimento do componente chinês que é princípio ativo para a produção. Isso, somando ao montante de vacinas de outras marcas faz crescer, finalmente, o volume de doses disponíveis. O ritmo de vacinação entra numa etapa positiva. O reflexo é impressionante, revigorando a vontade de reagir, trabalhar e sanar finanças, derrotadas para a grande maioria da população. Vacina e mais vacina, acima de qualquer outra prioridade, é a resposta única!
A CPI
O instrumento democrático da CPI do Senado, com todos os defeitos que possa conter, é o pulsar permanente do apelo que mobiliza a vontade popular, pela providência da vacina. Simpatias eleitorais à parte, o certo é que a Comissão Parlamentar impõe o debate e atropela a meia vontade ou até o boicote ao direito que todos temos à sobrevivência. Assim, o principal resultado da CPI já se fez, independente das conclusões, que podem ser muitas. A presença do poder judiciário é fundamental.
Voto impresso
O tema adotado pelos defensores do voto impresso, pela forma exageradamente agressiva e dúbia de intenções, chegou a um momento de desgaste. O momento é de saúde pública, combate à pandemia, que deve merecer maior concentração, sem questões que possam ser relevadas e que mais parecem cortina de fumaça.
Hora do aperto
Ao mesmo tempo em que exibe seu potencial econômico, a Alemanha é exemplo de seriedade no enfrentamento da praga que ataca a população. O governo uniu ações e intenções para o combate contra o vírus. Longe do papel ridículo observado no nosso governo federal que insiste na partidarização das iniciativas, o governo alemão tomou atitude. Apertou sua economia, no conhecido apelo de quem ressurgiu de uma guerra. “Den Riemen Enger Schnallen” (apertem os cintos). Isso significa que a ação pessoal dos mandantes, com vacina, máscara e sem aglomeração, comunica-se diretamente com as pessoas. Governantes dão bom exemplo. O mau exemplo, no Brasil, arrastou famílias à contaminação.
Borba Gato
Não há dúvida de que os monumentos em homenagem a personagens de nossa história pressupõem mensagem de justiça. Não é o caso do assassino Borba Gato. De outro lado, os aspectos históricos, para a apreciação da consciência contemporânea, devem ser disponibilizados. Assim, talvez seja possível manter a memória dos fatos narrados, sem a homenagem cega e distorcida que sugerem os monumentos. Homenagem, por certo, não cabe.
Programa social
O governo, apertado pela falta de apelo social concreto, e carente de ações bombásticas de efeito eleitoral, investe no auxilia social. Reativa o Bolsa família, outrora criticado, e cria nova denominação: Auxílio Brasil. Vemos aí que a mudança de rumo governista atende necessidade social. O motivo não é a compaixão tão alijada. O motivo é disputar voto nas próximas eleições. Não faz mal, pelo resultado de ajuda humana. A retomada dos auxílios sociais é projetada a um patamar ampliado. O governo Bolsonaro promete aumentar em dois milhões de pessoas os beneficiários do atual Bolsa Família. Junto ao projeto, o socorro ao custo do gás de cozinha, que demorou muito, mas é necessário. O vale gás é combate à fome.