OPINIÃO

Teclando - 11/08/2021

Raciocínio unilateral

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Raciocínio unilateral

Nos últimos anos, há uma enorme dificuldade para conversar normalmente. Sim, o velho bate-papo foi atropelado pelo rodado do absolutismo e atirado para fora da estrada de mão-dupla. Parece que tudo o que nos ensinaram antes agora se foi para as cucuias. Expressar aquilo que pensa tornou-se um gesto de alta periculosidade, diante de um patrulhamento exercido pelo pensamento único. Acham que é assim e ponto final. O pior é que sequer pensam, pois apenas repassam preceitos absorvidos. Nessa visão unilateral, até seria proibido o exercício do raciocínio coerente. Você ouve e, então, concorda ou fica quieto. Qualquer discordância é rechaçada em tom violento, quando não ameaçador.

Não há contestação, pois acabou a argumentação. Não são ideias, são imposições. O raciocínio é unilateral, mas a conduta é bipolarizada. Sim, tudo o que enxergam pela frente rotulam como bandido ou mocinho, a favor ou contra, amigo ou inimigo, oito ou oitenta e não existe outro valor entre os extremos. E, no imaginário entrave entre os bons e os maus, já têm seus favoritos e seus algozes muito bem definidos. E ai de quem discordar. Até porque para o raciocínio unilateral não existe contraponto. Aceitam apenas uma colocação, obviamente unilateral, e ponto final. Isso é péssimo. Ao acabar com o diálogo, coíbem pensamentos e pavimentam o caminho para o autoritarismo. É inoportuna e inaceitável a reprise de um obsoleto e conhecido filme carregado de tristes lembranças. O bom diálogo faz muita falta.

Tragédia prevista

É assustador ver o que acontece à noite na área central de Passo Fundo. Bandos formados por jovens perambulam ruidosamente entre 20 horas e o final da madrugada. São adultos, meninos e meninas menores de idade. São mal-educados, pois gritam abusivamente. Parecem desorientados, pois caminham pelo asfalto desafiando o fluxo de veículos. São vândalos, pois destroem o patrimônio público. Saem de casa mal-intencionados, pois estão preparados para brigar. Na semana passada, um bando desses propiciou uma baderna na Avenida Brasil e na General Netto. Mais de 40 elementos participaram da briga, com direito ao uso de um espeto como arma. Destruíram e atiraram lixeiras na rua. Por que andam em bandos? Sempre lembrando que ainda estamos em pandemia e agrupamentos devem ser evitados. De onde vêm esses indivíduos? O que procuram no centro da cidade? Não me venham falar em diversão. Quem anda em bando procura confusão. Sequer necessitamos dos búzios do Pai Magno para prever uma tragédia. Para isso basta um pequeno desentendimento entre duas dessas facções juvenis.

Mesa Um

Dentre tantas privações que a pandemia nos impôs, também acabou me afastando do Bar Oásis. Saudades de bater um bom papo com os queridos confrades na Mesa Um. É forte o desejo de em breve publicar algo sobre a nossa próxima reunião festiva ordinária. Até fico imaginando como será quando a turma soltar a conversa represada na pandemia? Certamente, faltará chope para molhar a palavra. Meu saudoso abraço aos confrades. 

Realidade I

O pior é que tudo o que está acontecendo foi arquitetado, posto em prática e (muito bem) pago com o dinheiro público.

Realidade II

Se idiotice pagasse imposto, os cofres públicos estariam abarrotados de dinheiro e os idiotas continuariam idiotas.

Vaga garantida

Todo dia, tudo sempre igual na Área Azul. O mesmo carro no mesmo horário no mesmo lugar. Isso que o estacionamento é pelo sistema rotativo. Até quando?

Retrocessão

Não importa a época, imagens patéticas são dignas de uma republiqueta e repugnam a alma.

Trilha Sonora

Em todos os gêneros, as músicas dos anos 1970 foram marcantes. Essa é uma delas, de 1974, Neil Sedaka - Laughter in the Rain 


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