OPINIÃO

Oliveira, o poeta negro

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Os intelectuais contemporâneos devotam unânime reconhecimento ao poeta Oliveira Ferreira Silveira, gaúcho, nascido no interior de Rosário em 1941 e falecido em 2009. Sua importância intelectual e artística repousa no elevado nível de suas obras poéticas, crônicas jornalísticas e contribuição humanística com objetivos libertários. Foi professor de escol. Sua participação na liderança dos movimentos negros foi fundamental. Atuou na frente ideológica do na formação do grupo Palmares, sempre exibindo boa forma cultural, como mestre de Português e francês. Foi compositor de letras musicais adotadas por eméritos intérpretes do Rio Grande do Sul. Lembrar sua vida cultural e artística é homenagear a inteligência de nossa gente. O pensamento de resgate da grandeza da população negra e descendentes negros foi enaltecido e revigorado pela sua extraordinária capacidade.

Impostos na mesa

O Brasil retoma o debate no parlamento sobre a reforma tributária. Os técnicos, os líderes políticos e administradores públicos ou privados têm muito a entender sobre a complexa matéria. Há longos dias repetimos que a carga de impostos é excessivamente pesada. E que está mal distribuída. Quando se fala em pagamento de impostos e taxas pelos empresários, é bom lembrar que embora estes façam o recolhimento aos cofres públicos, a conta é paga por todos os contribuintes, os consumidores. É real, também, a dificuldade na competitividade empresarial. O empresário apenas repassa, embora o dissabor de esgrimar com a margem de lucro.

Gás

Os encargos, especialmente impostos, refletem diretamente no custo de vida desta difícil escalada da sobrevivência. A inflação nada mais é do que elevação no custo de vida, aluguel, material escolar, remédio, água, luz e alimentos. Atualmente tem sido verdadeira violência social o preço do gás de cozinha ao consumidor doméstico. É incrível estarmos voltando ao fogão a lenha e suas improvisações. São muitas as consequências, inclusive de segurança e ambientais. Situação desesperadora. Neste sentido é importante o governo acender o alerta vermelho para um item relacionado ao fator fome. A volta do vale gás é uma das medidas aguardadas. Todos sabem o que isso significa.

Cumplicidades

O recrudescimento da luta partidária estica muito a corda da tolerância entre agentes dos poderes constituídos. A presença de Ciro Nogueira no ministério do governo Bolsonaro chegou significar como brilho diferenciado nos embates democráticos, especialmente entre instituições republicanas maiores. Sua presença no governo, no entanto, coincidiu com apagão. O presidente na sua visão autocrática conta com a cumplicidade pusilânime que dificulta o respeito aos demais poderes. São várias as feridas históricas na atual gestão, mas a natural reposição da película epidérmica volta a escamar, expondo mais e mais a convivência mínima. A batida marcial que pretende reduzir a força dos poderes legislativo e judiciário mostrou garras de radicalizações em desacatos nada recomendáveis.

Bandeira confederada

Em meio a tantos refúgios de ideias extremas e incompatíveis com a sociedade justa que queremos, estamos importando refluxos confederados da guerra civil de 1885 nos EUA. Essa expressão de supremacia racial forjou-se na negação do direito de igualdade. O negro, embora legalmente libertado, passou a enfrentar uma luta de reconhecimento social. No Brasil, o racismo pós abolição, evidenciou-se na relutância em abrir espaços na escola, nas artes e cultura. O que denominamos racismo estrutural, é estrutura, muitas vezes velada, que se reflete nas políticas de oportunidade. A presença de intelectuais socialmente engajados na cultura negra, felizmente, começa a mostrar avanços.

Memória Algacir

Passo Fundo está prestes a consagrar memória a um de seus grandes músicos. O filho de Algacir Costa, Yamandu, e sua família, que se transfere para a Europa como um dos grandes instrumentistas mundiais, mostrou interesse em legar a Passo Fundo o acervo de seu pai. Algacir, já falecido, foi voz inconfundível e líder do conjunto os Fronteiriços, que fez história musical e poética. O vereador Wilson Lill entrou em contato com a Secretária Miriê Tedesco, da Cultura, para acolher a ideia. No final dos anos 70 foram muitos os grandes momentos na voz e musicalidade de Algacir.

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