Com base no tripé - povo, território e estado – formamos a nação brasileira, com os elementos formais de um país imenso. A meta política e social depende da ação cooperativa que inclui poderes constituídos na ideia de governo. O mote da cooperação republicana está assente nos princípios democráticos. Temos nossa tipicidade cultural com arrimos na família, religiosidade e um acervo de virtudes cultivados entre cidadãos. As divergências internas não dispersaram a coesão cultural, marco cívico que conduziu a nação a ostentar o reconhecimento de ser um país de progresso, detentor de riquezas evidentes. A independência proclamada em 1822 carregou por muitos anos a trágica escravidão, revogada legalmente em 1888. Com tantos mananciais produtivos ocupamos posição privilegiada no planeta, com fartura de alimento, água e sol. Sangra copiosamente a nação com o aprofundamento das diferenças sociais. Este é problema que atormenta, visível na falta de saneamento e tantas condições básicas para sobrevivência das camadas mais pobres. Nesta perspectiva surge muito estranha o direcionamento partidário que declina sobre missão urgente na busca do bem estar da população. O movimento de origem governamental, infelizmente prioriza uma saída eleitoral de poder. As provocações de ódio atentam contra a visão democrática das políticas públicas. As mensagens de governo semeiam dúvidas ao pressionar o desprestígio do patrimônio instalado a muito custo na normalidade de exercício. É indisfarçável o equívoco do momento que incentiva pregação do ódio entre cidadãos. Não é civismo. É orquestração de golpe. Turbar a democracia, mesmo diante de seus defeitos, fere a sensatez. Pátria amada, quer dizer cooperação e não execração das conquistas institucionais. A pregação da intriga, mentira, privilégio de fração vencedora no processo eleitoral, destrói a democracia. Fora desta opção, também imperfeita, não há salvação. A instalação de governo autocrático, com qualquer tendência, será sempre a infelicidade do povo. Precisamos de paz para corrigirmos nossos erros e aperfeiçoarmos socialmente. Coragem e esperança para o clima de cooperação.
Vírus da morte
O justo medo da morte pela pandemia que ceifou a vida de 580 mil brasileiros é real. A vacina, que poderia ter chegado antes com maior desvelo do governo, reimplanta a crença na retomada da segurança sanitária. Em imediata consequência a produção, emprego e segurança de vida. O maldoso negacionismo precisa parar definitivamente. Todos nós aprendemos muito com as dores da doença. Não vamos destruir esse potencial defensivo, que é a proteção de novos costumes, além da vacina.
Sem afrouxar
Todos estamos vendo o frêmito coletivo que almeja a volta ao normal, depois desta longa pandemia. Algo importante está acontecendo: O enfraquecimento do coronavírus. O combate é duro e é a maior prioridade do povo. É preciso incentivar todos a tomar as cautelas para evitar que a invasão das variantes.
Moradia
A necessidade de novas moradias para as pessoas mais pobres é fundamental. Morar onde se possa viver dignamente, por mais simples que seja significa; é essencial para a saúde corporal e psicológica. Aliás, os psicólogos já alertaram para o agravamento dos problemas no campo da sanidade metal. Morar é socorro de aconchego.
Querência
O núcleo familiar é convivência que muito depende da oportunidade de morar dignamente. A casa, mesmo modesta, ou um canto para habitar, é o partidor para a vida onde se busca a sobrevivência. Motivar esse amor pela vida é o primeiro impulso. Nossa consagrada autora poeta, Márcia Barbosa, expõe com riqueza de significado o valor do espaço habitacional, no seu poema “O Arquiteto”. Descreve, entre o imaginário e o concreto, o quanto é importante ter onde morar. “Antes que as paredes se elevem, ele anda pelo corredor, por toda a construção,/ toca as vigas, pisa o chão/ encosta o teto...”. Exalta o imprescindível zelo, o dever encantador de criar linhas do principal espaço da convivência humana. “...O arquiteto habita a casa que ainda não nasceu/ e que por isso se ergue./ Antes e depois, o dramaturgo do ar e do concreto”. Um belo poema que versa sobre o sonho e o direito real de todos.