Tomando como alerta a advertência que sempre ouvia na infância, começamos a entender melhor a mentira com maldade, para auferir vantagem indevida. A verdade da política eleitoral repousa sobre um campo minado por inverdades. Assim mais parece uma estratégia para consagrar patifes de toda ordem numa atividade essencial da sociedade, que deve ser digna e praticada por muitos cidadãos de bem. O problema é com os contumazes ocupantes do proscênio político que não querem adotar a sinceridade. Então, dizia a advertência dos bons costumes, “quem mente rouba”. Também é de se reconhecer quando os mesmos de sempre insistem em enganar o povo sem pejo de vontade. Isso também cansa gente de bem que quer melhorar a vida. Quando alguém mente descaradamente, negando que o fogo criminoso queima nossas florestas, quando vemos acusações repetidas contra instituição pátria, sem provas da acusação, estamos diante da adulteração narrativa, que é instalação de mentira. O pior quadro de liderança, numa situação aflitiva como vive a população brasileira é eivar a suprema magistratura de citações a esmo, sem respeitar a necessidade do povo de acreditar em algo. O perigo se estende para o momento em que alguma lógica possa existir nos procedimentos, ou na versão. O falso é dano terrível na esperança das pessoas, nesta hora de aflição, onde se busca salvação, como é o caso da pandemia com suas sequelas. Um líder que resolve pregar o golpe contra a constitucionalidade, subitamente muda de rumo. Transforma-se em cordeiro, democrata, esgueirando-se entre os bastidores da cena política, sem o cuidado de despir-se da pele de lobo. Todos, ou a grande maioria, quer acreditar urgentemente numa atitude coerente. Infelizmente isso não acontece com a dicção do governo federal. O efeito é o prenúncio da admoestação romana, muito antiga: “mendacem ne vero quidam dicet, creditur” (o mentiroso não é digno de crédito, mesmo dizendo a verdade). No dano à fé pública é difícil o arrependimento eficaz! Por isso esta confusão toda em que Bolsonaro aparece como penitente arrependido. Cada vez mais fica difícil acreditar numa guinada de atitude. E o povo sente isso. Seguir o exemplo de Trump, na sua bipolaridade política, nada mais é do que reconhecer que a mentira não tem pátria.
Futebol
Parece mentira que o falso proceder da seleção Argentina tenha causado tamanho vexame. A fiscalização da ANVISA obedeceu a norma, que deve ter validade para todos, inclusive para argentinos. Segundo relatado, os nomes dos atletas sujeitos à quarentena constavam sem a devida anotação de egressos da Inglaterra. Eles sabiam o que estavam fazendo. Agiu certo a Anvisa, ao impedir atuação de tais atletas, sabidamente impedidos de entrar em campo, como prevê a norma sanitária. É obrigação preservar a saúde coletiva, sem privilégios. Pandemia é coisa séria.
Denúncia
O relatório da Global Witness classifica a Colômbia como país de maior incidência de assassinatos contra ativistas ambientalistas. O Brasil é o quarto em casos de extermínio, vitimando extrativistas, movimentos sem terra e principalmente indígenas. O estado de direito exige resposta do governo.
Mulheres
Sumiram os soldados de resistência ao Talibã em Cabul. Impressionante é a coragem das mulheres (sem armas) que enfrentam fuzileiros talibãs de dedo em riste, pela liberdade feminina.
Estratégia
No governo do PT e PMDB, as marcas tristes da corrupção não se apagaram. Como acreditar que Lula possa significar um governo sério. Essa é a indagação que precisa ser respondida sem mentiras. As pessoas estão encolhidas diante da pobreza de opção política para o comando do país. O sofrimento do eleitor inevitavelmente está na falta de credibilidade maior. Já foram citadas posições na dita esquerda que preferem o presidente Bolsonaro como rival, ao surgimento de uma terceira via forte. Por isso já houve manifestação no próprio PT ponderando o movimento de impeachment a Bolsonaro. Querem um concorrente polarizando em meio ao cipoal de contradições. O movimento das ruas, pró-Bolsonaro em 7 de setembro, foi bem maior que o protesto pelo impedimento presidencial. E como é que fica? Obviamente, as coisas podem mudar, ou não!