OPINIÃO

O equilíbrio na relação entre inquilinos e proprietários

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Todo relacionamento tem lá seus desafios a serem enfrentados. Entre proprietários e inquilinos não seria diferente. Ainda que em lados opostos, ambos estão, na verdade, segurando a mesma corda. Em uma disputa de cabo de guerra vence quem puxar a maior parte da corda para seu lado, porém, mesmo que pareça, não é assim que funciona na prática o relacionamento entre inquilinos e proprietários. Ou, pelo menos, não deveria ser. 

Por mais diferentes que sejam suas intenções, ambos têm o imóvel como algo em comum e consequentemente dependem um do outro para que a locação aconteça da melhor forma possível. O proprietário precisa do inquilino para obter o retorno financeiro esperado enquanto o inquilino precisa do proprietário para assegurar sua própria moradia. Longe de uma relação de ganha e perde, essa deve ser uma relação de “ganha-ganha”, uma busca que na prática pode ser bastante desafiadora. 

Mesmo com a legislação garantindo direitos e deveres de ambas as partes por meio da Lei do Inquilinato, sabemos que nem todas as situações são tão previsíveis assim. Quem, por exemplo, previa que uma pandemia faria o mundo parar em 2020? Ou então que haveria um aumento tão expressivo do IGPM, principal índice utilizado para reajustes no valor dos aluguéis? O cenário vivido por inquilinos e proprietários no último ano trouxe à tona a complexidade dessa relação, que extrapola a esfera jurídica permeando valores como empatia, respeito e ética, importantíssimos para o bom convívio em qualquer sociedade.  

Felizmente, foi isso que presenciei na grande maioria das locações que durante os meses mais críticos precisaram enfrentar algum tipo de negociação. O inquilino que teve sua renda comprometida precisou contar com a flexibilidade do proprietário para continuar cumprindo com suas obrigações. Ao mesmo tempo, o proprietário que tinha o imóvel como complemento de renda precisou contar com a compreensão do inquilino para chegar a um comum acordo. No final das contas, o fato de ambas as partes terem se disposto a “soltar um pouco a corda” foi muito importante para evitar que a locação fosse comprometida no longo prazo. O inquilino que soube negociar, evitou uma mudança não planejada, enquanto o proprietário, que também estava aberto à negociação, conseguiu manter seu imóvel ocupado, evitando perder o aluguel e ainda ter que assumir despesas com condomínio e IPTU, por exemplo.  

Muito mais que somente em situações adversas, um pedido de negociação pode surgir a qualquer momento durante a locação, desde a assinatura do contrato até a sua rescisão. Contar com a intermediação de uma imobiliária, portanto, é fundamental para que a relação entre inquilinos e proprietários seja sempre preservada. Primeiro porque não haverá dúvidas sobre a aplicabilidade da Lei do Inquilinato, protegendo ambas as partes de qualquer tipo de excesso. E segundo, mas não menos importante, pelo conhecimento que a imobiliária tem sobre seus clientes, dando totais condições de filtrar toda proposta que achar prejudicial para o bom andamento da locação.  

Por isso acredito que o equilíbrio na relação entre inquilinos e proprietários está no profundo entendimento que podemos ter sobre o outro, independente do papel que tenhamos assumido. Está no saber conciliar diferentes percepções prezando sempre pelo bom senso e por proporcionar a todos os envolvidos a melhor experiência possível. 

Gostou? Compartilhe