Os monstros das nossas vidas
Quando crianças, tínhamos medo do Velho do Saco ou da Bruxa Malvada. Acredito que eles despertaram o pavor na idiossincrasia coletiva. Crescemos e outras criaturas perversas revezam-se no espaço reservado à maldade pelo nosso imaginário. O pavor da infância nos deixa suscetível a novas ameaças. E essa fragilidade é uma porta escancarada para outros fantasmas. Assim, de tempos em tempos, por interesses ou má-gestão, são criadas ou ressuscitadas assombrações. São monstros imaginários ou palpáveis. Os fictícios desorientam e confundem o nosso pensamento. Já um monstro real escapou da caverna e está de volta. Não é fruto da imaginação, pois é palpável no nosso bolso. E não é lenda, pois a elevação dos preços detecta o retorno do Monstro da Inflação. Trata-se de um velho conhecido, pois vivi a época em que a inflação era indomável.
Os preços aumentavam diariamente e, então, a dica era ficar de olho nas prateleiras, pois muitas mercadorias não eram remarcadas em tempo. Mas isso foi na época das maquininhas de etiquetar que, quando não davam conta da demanda, deixavam barbadas para os clientes. E, na outra ponta, prejuízos aos estabelecimentos. Mas essa dica não vale mais, pois hoje está tudo no computador e o controle é imediato. Na minha memória, o Monstro da Inflação é personagem com cenário na agência do Banco Habitasul. Como se estivesse sob o encanto de uma flauta mágica, levitei atraído pelo overnight – uma aplicação financeira da época. As especulativas e fantásticas taxas eram tão espetaculares que levaram o meu dinheirinho, deixando-me com apenas alguns papéis na mão. Agora, em seu retorno, o Monstro da Inflação ainda terá a companhia de outras criaturas malignas, caso o nosso imaginário permita também ressuscita-las. É muita monstruosidade ao mesmo tempo! Ah, como eram inofensivos o Velho do Saco e a Bruxa Malvada.
Sargento Garcia
Para relembrar, invariavelmente um mesmo carro ocupa a mesma vaga no estacionamento rotativo da Área Azul. Isso ocorre na Avenida Brasil, entre a Bento e o Comercial. O infrator, quando não passa despercebido, tenta driblar os monitores com a artimanha da troca de vagas. Mesmo assim, será que paga as tarifas pelo tempo que permaneceu estacionado nessas vagas? Enfim, a vergonhosa situação permanece sem solução há mais de um ano. O infrator se aproveita de algumas brechinhas como, por exemplo, o horário de almoço dos monitores. Porém, se houver persistência, isso pode ser resolvido. Espero que o pessoal da fiscalização da Codepas não sofra da famosa Síndrome de Sargento Garcia. É possível, sim, reestabelecer a ordem. E, segundo a lenda, os comentários diziam que o Garcia ainda não prendeu o Zorro única e exclusivamente por falta de persistência.
Ônibus no aeroporto
Quando o assunto é aeroporto, não adianta espernear diante de exigências técnicas. Isso vale para todos os aeroportos do país. E do mundo! Aliás, tudo aquilo que diz respeito ao tema deveria contar sempre com o acompanhamento de pilotos. Já em relação ao Aeroporto Lauro Kortz, sem alargamento da pista e na impossibilidade de mudar o vento e a altitude, permanecerá com os constantes fechamentos. Mas temos uma excelente notícia relacionada ao novo terminal de passageiros, que será bem mais amplo, aconchegante e moderno. Assim, estará plenamente adequado para propiciar mais conforto, espaço e opções enquanto as pessoas aguardam pelo ônibus que fará o traslado para Chapecó ou Porto Alegre.
Marina do futuro
Sem trem, aeroporto fechado e vagas de estacionamento usurpadas, minha esperança é pelo transporte fluvial. Meus queridos afilhados Léo Castanho e Bruna Borba só falam nos encantos das águas de Ernestina. Ao que parece, as obras do Jet House Beach Club estão nos arremates finais. A marina já abriga muitas embarcações, inclusive a maior lancha da região. Agora, esperamos pela definição da data da tão propalada inauguração. Para não perder tempo, mesmo antes da chegada do convite, Céia Giongo e este escriba já antecipam confirmação de presenças. E vai bombar, pois são mais de 500 m² de deck.
Trilha Sonora
Um clássico do Canal 100, cinejornal que antecedia os filmes nas sessões do cinema. De Luiz Bandeira, com Barbatuques – Na Cadência do Samba