Diálogo
Ainda bebês, fazemos beicinho para demonstrar o nosso descontentamento. Ou choramos, porque quem não chora não mama. Na maioria dos casos, quando pequenos somos muito egoístas e possessivos. Sem entender muito bem o mundo que nos cerca, instintivamente, não compartilhamos os nossos brinquedos. Nessa fase também somos exageradamente ciumentos. Pela mais absoluta falta de argumentos, fugimos do diálogo e batemos o pé. É assim como queremos e está acabado. Nessas etapas agimos como bichinhos do mato, pois pouco ou em quase nada exercitamos a troca de ideias. São fases errantes que levam ao aprendizado, conscientização e assimilação do meio. Empiricamente, digo que nascemos desconfiados, crescemos xucros e o tempo vai domando-nos para o convívio social.
Agora, depois de crescido, vivido e com os cabelos oxigenados pelo tempo, constato que estamos cercados por adultos agindo como criancinhas birrentas. São pessoas intransigentes que tentam impor seus pensamentos e, assim como nos tempos de piá, rechaçam o diálogo e não aceitam a confrontação de ideias. A argumentação ficou restrita aos chavões repetitivos e não há busca por um consenso. Há extremismos exatamente pela falta de diálogo. As divergências do pensamento não podem chegar às conhecidas vias de fato. O diálogo é o instrumento da diplomacia para evitar a beligerância. Não somos bichos do mato, pensamos e temos argumentos. Imposição batendo o pé não resolve absolutamente nada, pois é coisa de moleque teimoso. Então, vamos resgatar o velho e salutar bate-papo entre os seres pensantes. Não pode faltar a comunicação, pois o diálogo aproxima as pessoas. Caso contrário, nos encaminharemos à irracionalidade.
De volta ao Quintino
Ciceroneando meu primo Rodrigo e meu irmão João Orestes, após quase 20 meses, retornei aos encantos do Quintino. Com chope helles no copo, dividimos a mesa com os sempre queridos irmãos Helena e Fernando Miranda. Abundaram assuntos represados na pandemia em meio às novas delícias da casa, como um magnífico corte uruguaio grelhado ao ponto. Provando que o fruto não cai longe do pé, Álvaro Miranda nos recebeu com o carinho e a simpatia de sempre. Desta vez com um sorriso ainda mais explícito, pois Nicole e ele esperam pelo irmãozinho do Benjamin. Isso merece mais uma noitada e muitos brindes! Ein prosit!
Área Azul
E persiste o abuso na Área Azul, estacionamento rotativo na quadra da Brasil entre a Bento e o Comercial. Todos os dias, o mesmo carro permanece por muitas horas na mesma vaga. Então, já que o Sargento Garcia não prende o Zorro por falta de persistência, hoje, além de um pouquinho de persistência, a tecnologia também pode ajudar. Isso é afronta e tapa na cara de quem paga e respeita as regras da Área Azul. Será que é impossível acabar com uma vergonha dessas?
Cílios e sobrancelhas
Com o uso da máscara escondendo parte do rosto, observo que as mulheres estão dando atenção especial aos cílios e às sobrancelhas. Design e maquilagem acentuam a parte superior dos rostos na pandemia. Aquilo que expressavam os sorrisos agora é estampado nos bem emoldurados olhares. E, digo sem pestanejar, os cílios já sorriem com a mesma malícia dos lábios.
Megalomania
Será que teremos um A380?
Halloween
Entre bruxas e monstros, este ano estavam todos fantasiados com a mais pura realidade.
Trilha Sonora
Charles Aznavour - The Old Fashioned Way