Cabelo, vento e tempo
Da literatura ao cinema, o binômio tempo-vento resultou numa saga e num romance que o tempo não levou. Tempo e vento até parecem inseparáveis. Os ventos são agentes importantes nas mudanças do tempo, resultando em extremas variações atmosféricas. Regido por Iansã, sopra forte nos temporais ou é suave como a brisa na beira do mar. As nuvens também são movidas pelos ventos. Inofensivas e elegantes nuvens passageiras ou mesmo transportando os fortes temporais. Mas não vamos perder tempo reclamando da velocidade do vento, pois também produzimos o vento relativo, através do deslocamento dos corpos. É aquele ventinho gostoso que sentimos quando andamos de carro e, com a mão em forma de concha, exercitamos um aerofólio e brincamos num divertido túnel aerodinâmico.
Esse efeito depende da velocidade, ou seja, da variação medida pelo tempo. Esse ventinho gostoso nos dá a ideia de que seria produzido pela paisagem em movimento. E esse deslocamento é a velocidade que diminui o tempo para tirar o horizonte da estática. O vento e o tempo carregam lembranças, geram energias, limpam o solo em que pisamos e clareiam aquilo em que pensamos. São indomáveis e voláteis, pois não podemos mudar o curso dos ventos (como no caso do Aeroporto de Passo Fundo!) e nem interromper o tempo. Mas, com certeza, podemos medir o tempo e o vento através dos cabelos. Ainda jovens, curtimos quando, caprichosamente, o sopro do vento faz decolar os nossos cabelos longos. Anos depois, sentimos quando o tempo, fio por fio, vai levando os cabelos restantes. Enquanto o vento passa, o tempo voa.
Área Azul
Ainda em relação aos abusos no estacionamento rotativo da Área Azul, no centro de Passo Fundo, temos uma novidade. Ao que parece, pelo menos nos primeiros dias desta semana, o intocável infrator desapareceu. Assim, a sua vaga fixa e cativa foi disponibilizada para dezenas de usuários. Então ficam algumas opções: a) Será que, finalmente, o problema foi resolvido? b) Enfim, o Sargento Garcia foi persistente e prendeu o Zorro? c) O abusado infrator teria transferido seu “estabelecimento” para outro ponto? d) Nas próximas horas a habitual e constante ilegalidade estará em prática novamente? Façam as suas apostas!
De volta ao Panorâmico
Aos poucos vou me desprendendo da vida pandêmica. Na semana passada voltei ao Panorâmico. Alegria por reencontrar os queridos amigos da família Di Domenico e uma equipe esmeradamente atenciosa. Matei a saudade de uma alcatra e de um granito mal passados. Mas a novidade ficou por conta do inigualável chope da Brahma, tirado na manha com um colarinho alto e denso, sem cometer o crime do colarinho branco. O chope da Brahma, uma tradição passo-fundense, merece o seu característico luminoso oval, uma espécie de indicativo de um oásis. E, para alegria do Gaspar (mentor do chope no Panorâmico) o Marco Zandoná, da Disfonte, me contou em segredo que o luminoso está chegando. Mas isso é sigilo. Ein prosit!
Ambidestria
O que é pior? Adesismo ou oportunismo?
Batatas
Será que o meu retorno ao Batatas será nesta ou na próxima semana?
Spaten
Em 1397, quando foi desenvolvida em Munique a cerveja Spaten, eu ainda não bebia. Comecei um pouco depois e sempre fui fiel às loiras engarrafadas. Em reconhecimento à minha fidelidade, o pessoal da Ambev enviou-me algumas garrafinhas. Então, 624 anos depois, pude finalmente saborear a primeira helles munich do mundo. Foi flerte malicioso ao primeiro gole e paixão já no primeiro copo, pois sempre tive muita atração pelas elegantes loiras estilo helles. Leve amargor necessário, densidade de puro malte com pedigree e frescor para despencar muitas saideiras. A Spaten desembarcou por aqui no mês passado, apenas em long neck e latinhas. Mas logo estará também disponível em garrafas retornáveis. E vai bombar, porque, além de gostosa, essa alemoa é de excelente família!
Trilha Sonora
Eric Clapton - Tears In Heaven