OPINIÃO

Violência contra indígenas

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A casa da ativista Alessandra Korap, que integrou a comitiva indígena brasileira junto à COP-26, em Glasgow, em Santarém – PA, foi invadida na sua ausência. Identificou-se que foram levados diversos documentos, cartão de memória, uma câmera de segurança e dinheiro. A violação criminosa contra a organização ambiental e étnica repete-se, além das ameaças de morte. As primeiras ilações indicam que se trata de crime político incitado pela política de ódio contra organizações indígenas contrárias aos garimpos que vandalizam os santuários das matas e rios. O banditismo contra áreas habitadas por índios conta com ofensivas permanentes de madeireiros nas glebas habitadas pelos Mundurukus. Pelo menos a Polícia Federal investiga o fato, indiscutivelmente ligado a situações de violência, com uso de armas por parte dos agressores que usurpam aquelas terras. Lembrando que predadores de rios e matas são também sonegadores que traficam madeira e ouro. Há casos de morte de nativos e contínua perseguição. Se observarmos as intervenções oficiais para abrandar fiscalização nas devastações florestais, perceberemos que o discurso do atual governo tem sido no abrandamento das penalidades administrativas. O ex-ministro do Meio Ambiente ainda responde pelo favorecimento no transporte ilegal de madeira para exportação. Antes de qualquer rigor contra a violência que atinge ainda hoje os índios e comunidades quilombolas, guardiões da natureza, o Palácio do Planalto vinha recomendando que não fossem destruídas as máquinas apreendidas na fiscalização para não causar prejuízo aos invasores. Os peixes dos rios já não são tão abundantes e algumas comunidades sofrem depreciação na alimentação. É bom que se diga, a evolução da agropecuária consequente já entende que a preservação da mata é parte da preservação que nutre os rios e nos garante água. O que está solto demais é a voracidade ilegal, esta sujeira social que desrespeita tudo para sangrar o solo e rios em nome do lucro imediato. Por isso, os atentados contra representantes preservacionistas são vilanias contra o equilíbrio ecológico e deve ter ação mais séria por parte das autoridades federais, estaduais e municipais. A polícia Federal é esperança de controle nesta importante missão social.

 

Em Dubai

Na sua latitude mental de encantar a plateia de Dubai, depois do fiasco na Itália, Bolsonaro usa estratégia bipolar para cativar Árabes. A ideia de atrair investimento turístico para o Brasil é boa. Bem que o presidente poderia descartar o cinismo ao levantar como premissa o argumento de que a floresta á úmida e não pega fogo. Sequer apontou uma política de austeridade para combater a devastação e incineração das matas derrubadas por motosserras. Não vai querer que a inteligência de Dubai abrace lorotas. O Brasil precisa, sim combater o desmatamento ilegal na Amazônia e já tem extensões de sobra para a fantástica produção de alimentos.

 

Retoques:

·        No Vale do Ribeira, em São Paulo, os quilombolas são pressionados pela falta de recursos e ameaça de desalojamento. São pequenas propriedades que harmonizam as práticas agropecuárias, sem uso de produtos químicos. Eles sobrevivem arduamente, fornecendo alimentos para programas oficiais de alimentação. Ao mesmo tempo preservam rios e árvores. Precisam de uma ponte para transportar mercadoria e sobreviverem da renda. O poder não tem interesse em atender seus direitos.

·        O Brasil celebra os efeitos da vacinação, ainda que as ações tenham sido obliteradas pelos amantes da cloroquina. Há esperança no ar, mas não podemos excluir as cautelas. Vejam o estrago que vem fazendo a onda da variante da pandemia na Europa!

·        O Papa Francisco volta a se revelar um líder de coragem esperançosa. Agradece à imprensa livre que ajudou a revelar escândalos sexuais da Igreja Católica. Cita a missão do jornalista de tornar o mundo menos escuro.

·        Gilberto Gil, diamante cultural, uma história repleta de conteúdo e fantástico conteúdo. Lembro a apresentação de Gil em Passo Fundo, no Clube Caixeiral nos anos 70. Musicalidade primorosa e aula de cultura nacional.

  

 

Gostou? Compartilhe