Estacionamento e comportamento
Faz tempo que explicito irregularidades no estacionamento rotativo de Passo Fundo, a conhecida Área Azul. O caso mais contundente é o de um mesmo carro que, em um ano e meio, utilizava diariamente a mesma vaga por mais de cinco horas. Impossível não detectar tamanha irregularidade! Agora, porém, há mais de uma semana essa situação parece regularizada. Vamos ver até quando, pois, em repercussão imediata, recebi informações sobre situações semelhantes que não conferi. Em contrapartida, já verifiquei que o badalado infrator da quadra entre a Bento e o Comercial fez escola. Sim, ao que parece, um colega do mesmo ‘ramo’ também tem vaga cativa na Brasil, entre a Eleutério e a Bento. Como isso acontece? Ora, nessas situações temos os elementos básicos que são o motorista, o carro e a vaga.
O condutor, mais do que obviamente, é mal-educado, aproveitador, infrator e abusado. O carro é apenas conduzido e estacionado no local. A vaga é estática, demarcada e sinalizada como rotativa. Então, carro e vaga não podem ser responsabilizados. Mas, então, a culpa seria única e exclusiva dos péssimos cidadãos-motoristas? Não. A falta de fiscalização ou controle inadequado permite a propagação dos abusos. Reunindo esses fatores entendemos que os erros são comportamentais. Os abusos no estacionamento ocorrem em consequência do (péssimo) comportamento das pessoas. Não podemos mudar as pessoas, mas, com certeza, é possível alterar esse quadro. A solução é simples: fiscalizar e punir os infratores. Assim, exemplarmente, estará resolvido o problema do estacionamento e, didaticamente, serão minimizadas algumas falhas de comportamento. E a rotatividade cumprirá seu objetivo de disponibilizar mais vagas.
Independência
A Rua Independência, sabemos muito bem, é o tapete de boas-vindas na noite de Passo Fundo. E tudo começou há 49 anos quando escavaram um porão para abrir as portas do Boka. A proposta conseguiu incorporar o aconchegante ambiente underground ao topo da sociedade. Não demorou e o hambúrguer da casa conquistou paladares daqui e de longe. Aliás, na linguagem passo-fundense cheeseburger é chamado de X-Bokão. O Boka continua o mesmo, mas algo na vizinhança preocupa. Como dizia o saudoso Edu, “não podemos misturar as turmas”. A chinelagem não combina com a Independência, um patrimônio cultural da cidade. Pior. Há ingredientes indispensáveis para uma tragédia anunciada. Ruim para os bons estabelecimentos que dão brilho à nossa Independência e péssimo para a imagem de Passo Fundo. Não merecemos isso!
Inflados e inflacionados
A sempre perigosa inflação está de volta. Confesso que já havia me esquecido desse monstro que corrói bolsos, devasta despensas e esvazia panelas. Porém, observo que há uma espécie de paralelo entre os preços inflacionados e os políticos inflados. Na mesma proporção em que os preços aumentam, também é ampliado o exibicionismo da classe política. Reajustes de um lado, poses para fotos do outro. Parece que quanto mais caro fica o custo de vida, maior é a vitrine dos homens públicos. O pior é que, por de trás dos sorrisos forçados, parece que não estão nem aí para a inflação. Para alguns, o monstro é um pet de estimação.
Previsões
Pessoal ligando para saber sobre as previsões do Pai Carlos Magno para 2022. Calma pessoal, pois ainda estamos em novembro. Mas, pelo que Painho me antecipou, será o ano da Mãe Oxum.
Batatas
A pandemia ainda não acabou, mas já estou com um pé no Batatas. Com máscara, álcool gel por fora e álcool mel por dentro, estou entre a quinta-feira e o domingo. Na quinta, com discotecagem vinil, tem que ser no prato. No domingo, com menos gente, é mais brecado. E agora? Na quinta ou no domingo?
Trilha Sonora
Tony Bennett - I Left My Heart in San Francisco